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“Pensamos em fazer um festival bienal”, diz André Fischer na abertura do Mix Brasil

Foi uma noite disputada. O hall do Cinesesc ficou completamente ocupado na noite de ontem. Era abertura da 17ª edição do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual e a pré-estreia do tão aguardado filme "Do Começo ao Fim", do diretor Aluizio Abranches.

A expectativa era grande. Todo o ritual social – conversas, fotos, cumprimentos, parabenizações – foi feito relativamente rápido. Até mesmo a fila para entrar no cinema estava grande.

No final tudo deu certo. As portas se abriram. Todos entraram. Alguns acabaram se acomodando nos corredores em torno das poltronas. As apresentações foram rápidas. André Fischer, vice-diretor do festival, falou sobre a importância do evento.

"Às vezes ficamos nos perguntando se ainda há necessidade de um festival da diversidade sexual. Diante de uma aluna que é expulsa de uma universidade por usar um vestido curto e um débil mental que afirma que as paradas gays dão câncer de mama a resposta é positiva. Essa é nossa resposta à burrice e caretice", declarou ressaltando o caráter transgressor do festival.

André admitiu também os efeitos da crise financeira sobre o Mix Brasil. "Rapidamente cogitamos até não fazer o festival. Em torná-lo bienal", declarou.  Com a perda de um dos principais patrocinadores, a Petrobras, o festival chega a sua 17ª edição mais enxuto. São 104 filmes, sendo 42 longas e 62 curtas. "Realizar o festival foi possível graças ao apoio do Governo Federal", como explicou João Federeci, diretor executivo.

Do total, 25 são produções brasileiras, com destaque para longas nacionais como "Quanto dura o amor?", "A Festa da Menina Morta", "Meu amigo Claudia" e "Elvis e Madona".

Do Começo ao fim
Aluizio Abranches, Julia Lemmertz,  Rafael Cardoso, João Gabriel Vasconcelos, Fernando Libonati, Marco Nanini e parte da equipe técnica do filme "Do Começo ao Fim" foram convidados para apresentar o longa.

Escapando pela tangente às primeiras críticas recebidas, Abranches afirmou aos espectadores que este era um filme "pós-tabu" e "pós-conflito". "Sobre o filme gostaria de citar uma frase de Bernard Shaw que é ‘Há pessoas que veem as coisas como são e que perguntam a si mesmas: Por quê? E há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram e que perguntam a si mesmas: Por que não?".

Julia Lemmertz elogiou a iniciativa do festival. "Sempre ouvi muito falar sobre o evento, mas nunca tive a oportunidade de acompanhar. Vou procurar me informar para saber o que está acontecendo". A atriz também defendeu o filme. "Esta é uma história de amor, como o amor deveria ser", concluiu.

Após o longa, algumas críticas. "É um comercial de margarina", "Há um buraco entre a primeira parte e a segunda parte", "Não há conflito", "Gostei muito da delicadeza da história", "Julia Lemmertz não precisa nem de palavras para mostrar que é boa atriz", foram alguns dos comentários ouvidos pela reportagem de A Capa.

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