Ativistas independentes e grupos se uniram neste sábado (31/05) para celebrar o Dia Nacional contra a Violência e Crimes de Ódio contra os GLBT. Com cartazes os manifestantes percorreram a capital Lima.
A marcha teve como ideal alertar a opinião pública sobre a situação de vulnerabilidade que tem vivido os homossexuais do Peru. Durante o protesto, os reivindicantes pediam ao Estado que assumisse o seu papel e propiciasse uma vida mais segura a população gay.
A manifestação teve início na Basílica de La Merced e terminou na Praça San Martín, local que é foco de ataques homofóbicos, pois é onde gays, lésbicas, transexuais e bissexuais se encontram.
Em 2005 o Movimento Homossexual de Lima (MHOL) divulgou um relatório em relação aos direitos humanos das pessoas LGTB do Peru, o resultado era trágico: a cada cinco dias morre uma pessoa homossexual no país. Só esse ano já foram registrados 14 casos de assassinatos por conta da orientação sexual. O documento atenta ainda para o fato de que a cada crime denunciado ocorra outros quatro sem ninguém ficar sabendo.
Todo ano, na mesma data 31/05, grupos ligados ao movimento gay peruano realizam tal manifestação, pois foi nessa data que militantes do Movimento Túpac Amaru (MRTA) invadiram o bar conhecido como "Gardenias" e fizeram de reféns oito pessoas. Entre eles havia gays, travestis e freqüentadores. Todos foram assassinados. Dias depois o grupo MRTA assumiria o atentado.
O MRTA era um grupo de raiz comunista e assim como em outros países, eles consideravam os gays, viciados e outras atitudes nessa linha, como subversivas e anti-revolucionárias. Por conta disso, perseguiam e matavam quem não seguisse a risca as diretrizes "revolucionárias". Mesmo com o fim do MRTA, o Movimento Homossexual de Lima denuncia que tais práticas continuam ainda hoje. Porém, com outro grupo, mas de mesmo viés, o Sendero Luminoso que age principalmente no interior do Peru.