Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, realizada no centro da cidade, apontou que 70% dos homossexuais, dos 1.217 entrevistados, já sofreram algum tipo de agressão na capital paulista.
No total, 62% disseram ter sofrido agressões verbais. Já 15% declararam ter sofrido agressão física e outros 6%, violência sexual.
Chamado “Sampacentro”, o estudo abordou homens em 92 lugares, entre casas noturnas, saunas, cinemas e na rua, entre os meses de novembro de 2011 e janeiro de 2012.
Os entrevistados que participaram da pesquisa residem no Estado de São Paulo, são maiores de 18 anos e já tiveram relação sexual com um homem. Em sua maioria, são jovens entre 18 e 24 anos (30%) e 25 a 34 anos (38%).
“Não existem leis que criminalizem a homossexualidade. No entanto, existem leis estaduais e municipais que proíbem o preconceito e a discriminação por orientação sexual. É inaceitável que ainda assim os homossexuais continuem relatando tanta violência”, declara Paulo Roberto Teixeira, da coordenação do programa Estadual DST/Aids.
Dos 1.217 participantes, 776 deles concordaram em realizar o teste para diagnóstico do HIV. Destes, dos 16% tiveram o resultado positivo para o vírus da Aids.
“É importante que os jovens homossexuais tenham abordagens novas e originais para engajarem a si mesmos em práticas de sexo seguro. Dessa forma, o exercício da cidadania e a luta contra o preconceito e a discriminação são duas questões básicas que devem ser vinculadas ao trabalho de educação em saúde sexual e prevenção das DST/HIV/Aids”, finaliza Teixeira.
Em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a pesquisa “Sampacentro” contou com financiamento do Programa Pesquisa para o SUS, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)