Ser travesti no Piauí é correr risco de morte todos os dias. De acordo com a Coordenação de Referência LGBT do Estado, 15 travestis foram assassinadas no Piauí entre o segundo semestre de 2013 e o primeiro semestre de 2014.
O estopim que fez a população sair às ruas e reivindicar ocorreu na sexta-feira (18), quando o corpo da garota de programa Makelly Castro (foto), que era travesti, foi encontrado próximo ao Parque Industrial de Teresina.
A comunidade acredita que há um serial killer matando travestis. Tanto que Maria Laura dos Reis, representante do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis, afirmou ao jornal O Dia que acredita que o homem que matou Makelly seja o mesmo que tentou matar outra travesti, Bárbara, há dois meses.
"É alguém que anda em um carro vermelho com o vidro fumê, se passa por cliente e depois comete o crime", afirma, salientando que os assassinatos são executados sempre de maneira semelhante. "Ele mata por enforcamento. Tentaram enforcar a Bárbara, mas ela se fingiu de morta e conseguiu sobreviver. A Makelly não teve essa sorte.
Protesto pela manhã
Diante das várias mortes, ativistas se reuniram durante a manhã de segunda-feira (21) para lembrar os assassinatos e reivindicar maior segurança.
A representante da Comissão de Diversidade Sexual da OAB, Ana Carolina Magalhães, o governo deve tratar não apenas do policiamento nas áreas de risco, mas também oferecer melhores condições de trabalho para a população.
Os manifestantes reivindicam o aumento da pena para crimes de homofobia e pedem ainda a aprovação do PEC 122 que garante a criação de políticas públicas para a comunidade LGBT.