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“Podem me chamar de maricas que não ligo”, diz 4º melhor boxeador do mundo que se assumiu gay

O A Capa já tinha contado sobre o boxeador porto-riquenho Orlando Cruz, que se assumiu gay no início do mês de outubro. Nessa sexta (19) Orlando terá sua primeira luta após ter saído do armário.

"Decidi ser livre. Eles podem me chamar de maricas que eu não ligo. Deixe que falem, pois não podem me machucar agora. Estou tranquilo. Me sinto feliz, mas tive que ser forte para fazer este anúncio ao mundo todo. Tenho orgulho de ser porto-riquenho, assim como tenho orgulho de ser gay", contou Cruz, em entrevista ao jornal "The Guardian".

O boxeador disse que contou com todo o apoio da sua família e que precisou de um acompanhamento psicológico por um longo tempo para conseguir se assumir e encarar as possíveis provocações dos seus adversários.

"Após um tempo, os psicólogos disseram ‘você está pronto?’ Respondi ‘não, ainda não’. Fiquei preocupado por um tempo, pois é um grande passo ser o primeiro na história. Seis meses atrás estava preocupado sobre como as pessoas iriam reagir. Tive que esperar até estar fisicamente e emocionalmente preparado", comentou o pugilista.

Cruz é chamado de "fenômeno" no ringue. Em 21 lutas, ele venceu 18, empatou uma e perdeu apenas duas. O boxeador, de 31 anos, é campeão latino da Organização Mundial de Boxe na categoria peso pena, de até 57 kg, e o quarto melhor do mundo.

Nessa sexta ele luta contra o mexicano Jorge Pazos. Em caso de vitória, o boxeador já tem planos de enfrentar Orlando Salido pelo título mundial. Após ser o primeiro pugilista a se assumir gay, ele também pretende entrar na luta de combate à homofobia.

"Pessoas morrem por causa disso. Perdi um amigo que foi assassinado por pessoas que odiavam homens gays. Fiquei com muita raiva, pois a homofobia encerrou sua vida da maneira mais violenta. Mas, ao mesmo tempo, fiquei com raiva por estar escondendo este meu segredo", disse o boxeador.

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