Uma coletânea de poesias subversivas que celebram prazer, luta e a existência queer em tempos difíceis
Em meio ao peso do mundo e das dores que carregamos, surge uma voz potente e necessária: a poesia queer que não apenas celebra o prazer, mas também a luta e a resistência. Através de uma coletânea de poemas impulsivos, subversivos e fugidios, artistas nos convidam a refletir sobre a complexidade de viver e existir em um presente marcado por perdas, injustiças e esperanças.
Sobrevivência que é resistência
Vivemos tempos em que a aliança entre prazer e luta se torna mais urgente do que nunca. Em um mundo onde o racismo, a violência estatal e as opressões se manifestam cotidianamente – como a recente escalada da violência contra palestinos em Gaza ou os conflitos no Sudão e Congo – a existência queer se revela também como ato de resistência política e poética.
Como lembra a poesia de SA Whitley, o estigma da violência e do genocídio paira mesmo nos momentos de festa, nas pistas de dança, onde a luz dos estroboscópios reabre feridas recentes. É nesse balanço entre a dor e o prazer, entre o grito e a celebração, que a poesia queer se torna um espaço de complexidade e verdade, recusando a simplificação e a neutralização das emoções.
A poesia como abrigo e arma
Ao contrário da leveza ilusória, esses poemas são carregados de múltiplas verdades, onde a subversão das formas e conteúdos desafia as normas impostas pelo Estado e pela sociedade. Eles falam do amor escolhido, da construção das famílias que nos sustentam, da celebração das identidades que escapam às categorias binárias. São vozes que tecem mundos possíveis e desejáveis, um futuro queer que já está sendo fabricado no presente.
Essa poesia não é apenas um refúgio, mas uma responsabilidade. Como ressaltou a curadora da coletânea, a nossa permanência na vida é um compromisso político. Sobreviver é uma promessa que fazemos a nós mesmos e uma resistência contínua contra um sistema que tenta apagar nossas existências.
Construindo futuros coletivos e queer
Por isso, convidamos você a mergulhar nessa coleção que reúne poetas como b. ferguson, Brittany Rogers, SA Whitley, Kendra Allen, IS Jones, Yena Sharma Purmasir, MARS, desiree a. brown, jada renee allen e Golden. São vozes que dialogam entre protestos, festas, encontros íntimos e rituais de cuidado, mostrando a multiplicidade do viver queer.
Essa poesia é um convite para que, mesmo em meio ao cansaço e às adversidades, continuemos a construir juntos e juntas uma realidade acumulativa, onde a liberdade é um ato coletivo, uma força estranha que resiste a ser domada.
Que essa arte seja lâmina sob a língua, dança nos corpos e suspiro de esperança para todas nós.
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