No dia 26 de novembro de 2024, o pastor Luiz de Jesus, líder da igreja evangélica Catedral da Família em Palmas, Tocantins, se tornou alvo de uma grave acusação após a divulgação de um vídeo em que ele realiza uma “oração de cura gay” para uma menina de apenas 13 anos. As imagens, que rapidamente se espalharam nas redes sociais, mostraram o pastor orando pela jovem, que estava vestida com roupas masculinas, e afirmando que um demônio a estava influenciando a mudar de sexo. Essa situação provocou uma onda de indignação e debates acalorados na internet, levando o Coletivo SOMOS a denunciar o caso ao Ministério Público Estadual do Tocantins.
O pastor, que possui quase 440 mil seguidores no Instagram, negou veementemente as acusações, afirmando que a oração não teve relação com discriminação ou homofobia. Ele argumentou que a intenção era ajudar a jovem a lidar com pesadelos e insônia, e não a sua orientação sexual. Em suas declarações, Luiz afirmou: “O que aconteceu lá não foi cura, uma cura gay como estão dizendo”. Ele alega que o vídeo foi editado de forma a distorcer o contexto original da oração.
Durante o culto, o pastor disse à jovem que Jesus a estava chamando para se vestir como uma mulher e se casar com um homem, enquanto a mãe da menina mencionou que a filha havia expressado desejos por outras mulheres. A situação gerou um debate sobre os limites da liberdade religiosa e o respeito às orientações sexuais, levantando questões sobre a eficácia e a ética de práticas que visam “curar” a homossexualidade.
A repercussão do evento levou o pastor a apagar o vídeo e a enfrentar uma onda de críticas, além de receber ameaças de morte. Ele enfatizou que a oração foi feita com a autorização da família da jovem, que, segundo ele, estava satisfeita com o que ocorreu.
O Coletivo SOMOS, que atua na defesa dos direitos da comunidade LGBT, argumentou que o ato do pastor constitui uma violação dos direitos fundamentais, e a denúncia foi formalmente registrada no Ministério Público, que agora investiga a situação. O caso evidencia a tensão entre a liberdade de culto e a luta contra a homofobia no Brasil, refletindo um cenário social onde discussões sobre sexualidade e religião continuam a polarizar a opinião pública.
Esse incidente ressuscita o debate sobre a “cura gay” e suas implicações legais e sociais, destacando a necessidade de um diálogo mais aberto e respeitoso entre diferentes grupos sociais, especialmente em um país com uma rica diversidade cultural e religiosa como o Brasil.
