Vítimas devem ir ao Centro de Cidadania LGBT, no Centro do Rio, para fazer o reconhecimento do criminoso.
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A Polícia Civil identificou nesta terça-feira o autor do caso de lesbofobia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
De acordo com o delegado da 1ª DP (Praça Mauá), as vítimas devem ir ao Centro de Cidadania LGBT da Capital, no Centro do Rio, para fazer o reconhecimento do criminoso.
O episódio, no qual um homem escreveu "Fora Lésbica" para intimidar um casal, na última sexta-feira, provocou revolta na Internet.
O reconhecimento será acompanhado pelo Coordenador do Programa Estadual Rio Sem Homofobia e Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Claudio Nascimento.
O episódio ofensivo ocorreu durante a exposição Mondrian. O indivíduo seria que seria namorado de uma funcionária do CCBB, também escreveu "Meu p…". Na postagem feita por uma das vítimas do insulto na página do centro cultural, ela afirma que a funcionária estava acompanhando o homem e ria a todo momento da situação.
"Fui ao banheiro e já ia embora. Passamos em frente a sala das crianças e ele estava saindo de lá. Agora o recado era 'FORA LÉSBICA'. Dois funcionários foram atenciosos e disseram que podíamos registrar uma reclamação. Depois disso descobrimos que quem escreveu era namorado da funcionária que fica no balcão de informações", disse a mulher. A funcionária em questão, de acordo com o CCBB, vinculada a uma empresa terceirizada, foi afastada e não trabalhará mais na instituição.
Ainda de acordo com o seu depoimento, o homem tentou a todo momento impedir que ela fizesse a reclamação sobre o ocorrido. "Ele tentou me impedir de colocar o papel na caixa tampando o buraco e depois tentando arrancar o papel da minha mão. O tempo inteiro que escrevia a reclamação ele ficou a menos de um metro de mim rasgando os papéis da caixa. Todos presenciaram a cena e nada fizeram mesmo quando pedimos alguma intervenção (ao menos tirar o cara de perto da caixa)", contou.
"O CCBB fechou e o cara continuou lá dentro esperando a namorada largar do trabalho. Enfim, várias coisas me incomodaram. 1. Todo mundo conhecia o cara. 2. Sou hostilizada em vários lugares mas no CCBB acreditava ser um espaço seguro 3. Não teve agressão física mas a tentativa de intimidar e humilhar são claras 4. Falamos com os dois (o cara e a namorada) ele só com cara de “e daí?” e ela falando “o que eu tenho a ver com isso?” 4. Todo dia LGBT é morto e algumas pessoas simplesmente se sentem a vontade pra nos agredir."
O CCBB respondeu à queixa da mulher e disse, na própria postagem, lamentar o ocorrido, dizendo que "assim que o expediente do CCBB voltar a funcionar, medidas serão tomadas."