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Polícia investiga latrocínio ou homofobia em morte de Marcelo Campos

A Polícia Civil de São Paulo trabalha com duas linhas de investigação sobre a morte do cozinheiro Marcelo Campos, 35, que faleceu ontem após sofrer um ataque supostamente homofóbico no último domingo (14/06). Laudo da Santa Casa de Misericórdia atestou que Marcelo teve morte cerebral causada por espancamento.

De acordo com o delegado Aldo Galiano Junior, titular da 1ª Seccional, que atende a região onde ocorreu o crime, Campos teria sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) ou mesmo de um ataque realizado por grupos de intolerância. "Nossa investigação está dividida em cada uma dessas hipóteses", explicou o delegado à reportagem do site A Capa. "Marcelo teve o celular roubado no dia do crime e nós já sabemos que o aparelho foi vendido numa feira no Brás."

Para o delegado, é questão de tempo para que a polícia chegue aos culpados. "Nós pedimos ao juiz a quebra do sigilo telefônico e já chamamos um casal que estava com Marcelo no último domingo", contou. "Esse casal deve apresentar até amanhã outras possíveis testemunhas que nos ajudarão a localizar os criminosos."

Caso isolado?
O delegado disse à reportagem que Marcelo se dirigia à Praça da República para se encontrar com uma amiga e que foi atacado, por volta das 20h15, na rua Araújo, perto da igreja da Consolação. "O que sabemos até o momento é que a vítima não foi à Parada Gay", disse o delegado.

Rojão
O titular da 1ª Seccional também confirma que, ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, um rojão e não uma bomba caseira teria atingido pelo menos 20 pessoas no Largo do Arouche.

Hoje, a polícia identificou o edifício de onde teria sido atirado o artefato. "Não posso assegurar com 100% de certeza, mas estive no local e o que posso afirmar é que o que explodiu não foi uma bomba caseira, e sim um rojão de 12 tiros que lançou pedaços de papelão nas pessoas que estavam em volta", explicou Galiano Junior. "Vamos continuar trabalhando e a população merece uma satisfação", disse o delegado, que concluiu: "Esse tipo de incidente arranha a imagem da cidade."

O síndico do edifício foi convocado para prestar depoimento.

Números
Segundo o delegado Aldo Galiano Junior, no total, a polícia registrou durante a Parada Gay 31 ocorrências de furto, 1 ato obsceno e 1 roubo. Em entrevista ao A Capa, a Polícia Militar informou que os casos de ocorrências diminuíram 84% em relação ao ano passado.

Protesto
A Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), junto com o Grupo Corsa, o Fórum Paulista LGBT e ativistas independentes irão realizar uma manifestação em protesto contra os crimes ocorridos após a Parada Gay neste sábado (20/06), a partir das 19h, na avenida Dr. Vieira de Carvalho.

Em ofício encaminhado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a APOGLBT pediu ao órgão "rigor na apuração dos fatos e na punição dos autores de tais atos de violência".

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