O Núcleo da Corregedoria da Polícia Civil em Taboão da Serra (Grande São Paulo) está investigando o policial civil Raimundo Clauber Miranda Brandão, 40, suspeito de ter assassinado seu namorado, o auxiliar de produção Daniel Gustavo Medeiros, 29.
De acordo com testemunhas, Raimundo e Daniel mantinham um relacionamento homossexual baseado na troca de moradia, roupas e drogas por parte do policial.
Segundo os parentes de Daniel, os dois se conheceram numa clínica de reabilitação de dependentes químicos. A vítima, que vivia em Limeira (SP), era pai de um menino e viciado em crack desde os 15 anos.
O crime aconteceu quando Daniel dirigia o carro do policial, no dia 1º de novembro do ano passado. Ao estacionar em uma praça, o auxiliar foi baleado no rosto por um tiro que partiu da pistola calibre 45 de Raimundo, que alegou disparo acidental.
Como o tiro transfixou seu rosto, Daniel foi liberado e voltou para Limeira. Na semana seguinte, Raimundo foi até a cidade e, segundo Maria da Graça Medeiros, mãe do auxiliar de produção, levou Daniel embora.
Três dias depois, a PM encontrou um corpo com as características físicas do auxiliar de produção em Campinas e, em setembro de 2010, ele foi identificado como Daniel.
Exames periciais mostraram que a vítima tinha dois ferimentos de tiros no rosto. Um deles, o que transfixou, era o do dia 1º de novembro. O segundo era o do dia 6 e cujo projétil ficou em seu corpo.
Com a quebra do sigilo telefônico do policial, o Núcleo Corregedor da Corregedoria em Taboão também descobriu que ele esteve na região onde o corpo de Daniel foi achado.
O policial continua no Presídio da Polícia Civil, no Complexo do Carandiru (zona norte de SP). Brandão foi preso em 10 de dezembro, na Lapa (zona oeste de São Paulo).