Ícaro Ceita, 1º tenente da Polícia Militar da Bahia e homossexual assumido, foi inocentado de uma acusação, feita no final de abril, de deserção pela Justiça Militar.
O veredito foi dado por um júri de oficiais da polícia. "Eu estava muito nervoso, sabia que iam jogar pesado contra mim. Eu tinha esperança e fé, mas achava que iam absolver em um e condenar no outro. Que bom que a justiça foi feita", disse Ícaro ao site G1.
Atualmente, o tenente está afastado da corporação por decisão médica. Ícaro afirmou que sofre de depressão, causada pelo "assédio moral de alguns setores da Polícia Militar".
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar da Bahia, a corporação vai acatar a decisão, no entanto, nega que Ícaro tenha sido vítima de qualquer tipo de perseguição.
"Existiam fatos duvidosos, cabia uma apuração. A Polícia Militar tem a obrigação de investigar qualquer suspeita. A Justiça deu seu veredito, foi tudo esclarecido. Mas não existe nenhum tipo de perseguição ao tenente nem a qualquer pessoa por conta de sua orientação sexual", afirmou o chefe da unidade de imprensa da PM da Bahia, o capitão Marcelo Peppa, ao G1.
Assim que o atestado médico de Ícaro expirar, ele deve se apresentar ao batalhão e pretende pedir transferência para um setor mais burocrático. "Vou pedir realocação para não ter que ir para a rua. Tenho medo. Já recebi ameaças", diz.