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Porque a gente ama o que faz

Queridas dykes,

Olha, toda crítica construtiva é muito bem-vinda para a Bárbara Sandiego. Só queria esclarecer uma coisita, baseada no descontentamento de uma leitora do post anterior.

Os textos que publico aqui não são formadores de opinião, absolutamente. O objetivo maior, aqui e no Querida Bolacha, é provocar humor, garantir boas risadas, sabem? O politicamente correto não é preocupação da Bárbara Sandiego, apesar de ser uma máxima na vida real desta blogueira que vos fala.

E, gente, já que meu último post, “Por uma Líder Bolachona”, foi caracterizado como RACISTA, fiquei preocupada e preciso esclarecer o “enredo” do meu texto, dizer que de maneira alguma essa foi a intenção. Espero que a língua portuguesa possa me ajudar.

No complemento “…e ainda é branquinha como…” , o adjetivo apresenta uma flexão, cuja finalidade é estabelecer uma comparação entre dois seres de uma mesma característica que ambos possuem. No caso, o adjetivo branquinha se apresenta em grau COMPARATIVO DE IGUALDADE. “…branquinha como o ratinho de laboratório do desenho da Acme…”

Bom, pra quem não ficou atento ao texto, explicando: rolou uma comparação entre a cantora Pink e o ratinho Pink, do desenho Pink e Cérebro, animação que mencionei no início do texto. Relacionei as mesmas características que ambos possuem. Por fim, ratificando: a comparação não teve caráter racista, posto que a pele da Bárbara Sandiego é parda, como a maioria das nordestinas e brasileiras.

Bem, vamos ao post desta segunda-feira:

Comentei sobre o mundo dominado pelas mulheres. Agora gostaria de falar sobre como seria o mundo sem as mulheres.

Isolem o fato de eu amá-las e ser muito muito dyke, vocês hão de concordar que não seria possível viver sem elas. Os gays e mulheres heterossexuais podem até conseguir, mas muito mal. Afinal, começando pelas coisas mais banais: qual o homem que consegue pregar um botão, exceto o Alexandre Herchcovitch? Pelo o que eu tenho observado em vivências pessoais, nem as nossas bibas queridas conseguem fazer um supermercado. Não aquele de pão, queijo, cerveja. Mas o pauleira, dos produtos de limpeza (inclusive o sabão, que adoramos). Nem falo em ir pra cozinha, que eu não sei fazer comida e tem muito homem que dá um show, pilotando o fogão.

Uma vez um amigo beesha me disse: sapatão é que tem atitude. Sapatão sai com um monte de frango, mas é ela quem decide o lugar de ir. Bicha é tudo indecisa. Mulher decide tudo.

Na verdade, devo admitir que deixo muito a desejar no quesito “atribuições femininas”, aquela coisa do papel e característica dos sexos. Também não tenho vocação alguma para decidir qual lugar ir, qual filme assistir, como cozinhar etc. Será que sou uma má mulher, uma má lésbica?

Creio que não. Ser uma lésbica é um estilo de vida para mim (num sentido mais subjetivo e macro, claro). É como na nossa vida profissional, a gente tem que amar o que faz, né, meninas? O mundo tá tão competitivo, a concorrência tá grande, nesse mundo cheio de mulheres. Não tá fácil pra ninguém.

E, bem, acho que todas nós somos excelentes lésbicas.

Porque a gente ama o que faz.

Bárbara Sandiego

Famílias homossexuais são inclusas nos critérios de seleção do CDHU

Esqueçam o Batman!