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Praia Grande ou, notícias da província_2

28 de janeiro, 11h, ônibus chega à rodoviária Tudi Bastos (é esse mesmo o nome), para chegar ao prédio, onde fica o apartamento – óbvio – é o número 11 Solemar/Praia, descemos em frente ao edifício Sagatiba (o nome original foi alterado a pedido do mesmo) e lá as malas ficam, as que trazem as roupas, nos trocamos e rumamos para a praia.

Caipirinha, de vodka é claro. Conversa vai, vem, vamos entrar no mar? Não sei, quem entra aí vai direto pro PS. Outra caipora, “ai, estou morrendo de vontade de entrar no mar”, vamos, qualquer coisa tem o plano médico. Mar adentro, gosto salgado, latinha de cerveja, mijo adoidado e bolhas de sujeira, uma imensidão delas e um cheiro não muito agradável.

Amigos vão embora, resta apenas dois. Conversa alheia, impossível não escutar, “meu irmão, agora estou com os meninos do PCC”, “vish, firmão, varias fita pra resolver”, “não tem papo furado”, “todo mundo é irmão no partido”, “foda veio”. Foda é ter que escutar isso e olhar ao redor e constatar que o PCC encontrou a sua nova base. Sujeito 1, uns 30 anos, sujeito 2, uns 33, antes de olhar para eles e apenas escutar a conversa pensamos: 1- 18 anos, 2 – 16 anos. Isso tem nome: síndrome de Peter Pan.

Primeira noite, vamos dar uma volta, passar na feira hippie e comer um doce caseiro, impossível, a 25 de março também mudou de endereço, desencana, vamos para o centro, lá com certeza tem algo. Depois de uns 45 minutos conseguimos achar a base na cotovelada uma mesa em um lugar qualquer. Pouca cidade, muita gente.

Outro dia, outra praia, outra sujeira. Fome, larica monstra, as lombrigas não agüentam mais e pedem por comida. Queijo na brasa? Adoro. Comi logo dois, delicia. Cerveja. Caipirinha. Vamos andar, andamos, sol, pele morena, 2008 se esgotando, corrente de prata para todos os lados. E claro, senhoras simpáticas que admiram rapazes que se beijam por aí.

E assim seguimos, praia, acordar as 15h, lava a louça, faz a comida, vai no mercado… caso a parte, estávamos nas filmagens do Ensaio sobre a cegueira, tudo revirado, em lugares errados, prateleiras vazias, filas que fazem curva dentro do estabelecimento, 40 min para passar pelo caixa, ufa!

Réveillon, fogos estouram, os PMs completamente relaxados, tiram fotos da queima, sorriem, andam pra lá e pra cá, o povo também anda, 1h da manhã, arrastão, música alta, estomago dói, vamos embora, acordamos, dia primeiro, feliz aniversário, me leve pro hospital, o dia inteiro, injeção, melhoras homeopáticas, voltamos, deitamos, mãos, sensações… Enfim, 2009, escritório, Folha de São Paulo: “Israel divide Gaza e rejeita trégua”. Ano novo, velhas notícias.

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