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“Preconceito dá câncer”, diz Carlos Minc

A 14ª. Parada do Orgulho LGBT do Rio teve início pontualmente às 15h, com discursos de políticos e representantes de órgãos públicos do Estado e Governo Federal.

Do alto do trio elétrico oficial, o ativista Claudio Nascimento, fundador do Grupo Arco-Íris, organizador da manifestação, saudou o público presente e observou que nem mesmo a chuva, que insistiu em cair durante a abertura, impediu que as pessoas comparecessem à manifestação. "A praia de Copacabana tem sido ao longo desses anos de existência um foco de acolhimento da diversidade", disse Nascimento.

A cantora e travesti Jane Di Castro antecedeu os discursos cantando o Hino Nacional. Ao final da apresentação, Claudio Nascimento destacou que a presença da artista é "sinal de que há muitas luzes no fim do túnel" no que diz respeito aos direitos LGBT. Mesmo assim, lembrou o ativista, "ainda há muito que avançar".

Em seguida, a cantora Leila Maria se apresentou no carro oficial cantando o hino da Parada, a música  "Bom é Beijar". "Em nome do amor e do afeto", Nascimento fez a contagem regressiva, pedindo ao público para que fizesse um beijaço coletivo. "Hoje estamos expressando a nossa existência", declarou. O presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais), Toni Reis, e o companheiro, David Harrad, puxaram o beijaço.

Jandira Feghali, secretária de Cultura do Estado, fez um discurso emocionante: "Viva a liberdade, viva a diversidade, viva o amor. A cultura tem como mãe a diversidade, não podemos reconhecer a diferença. Só poderá haver paz e democracia se todos tiverem os mesmos direitos."

Em parceria com a Parada do Rio, o presidente da APOGLBT, Alexandre Santos, brincou que Copacabana poderia ser emendada à avenida Paulista, referindo-se às duas maiores manifestações do Orgulho no país. Representando o Congresso, a deputada federal Cida Diogo também saudou a chuva e falou categórica: "O clima é para lavar a alma, para mostrar que aqui no Rio não existe preconceito." Diogo aproveitou ainda para criticar o governador do Paraná, Roberto Requião, que comparou as Paradas ao câncer de mama em homens. "O Requião teve a coragem de fazer aquela baixaria, mas o governador Sérgio Cabral está aqui. Isso que é governador, que tem compromisso com o cidadão", falou.

Logo após a fala da deputada, Claudio Nascimento anunciou novidades para a comunidade homossexual no estado, incluindo a criação de uma coordenadoria municipal, recursos para promover ações culturais na cidade e ainda o apoio da Prefeitura ao congresso mundial LGBT, que acontece no Rio em outubro do ano que vem e espera reunir cerca de 5 mil representantes de vários países.

Convidada da organização, a atriz Leticia Spiller também falou e chamou o público para viver o amor. "O que eu puder fazer para nossa sociedade crescer, eu vou fazer. Viva o amor, eu amo vocês. Eu sou carioca, eu sou brasileira", concluiu.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lembrou os participantes para a luta pelos direitos civis e também mandou um recado para o governador Requião: "Preconceito dá câncer, faz mal à saúde. O que cura o preconceito é a solidariedade. Copacabana é nossa e não vamos permitir que nenhum gestor público desrespeite os direitos humanos."

O governador Sergio Cabral foi o último a falar do alto do trio oficial. "Estou feliz de estar aqui. Não podemos tolerar preconceito no Brasil. O Rio é e sempre será vanguarda dos direitos humanos", discursou Cabral.

Neste momento, os 16 trios elétricos percorrem a orla de Copacabana. Os dois últimos carros – dos clubes 1140 e Cine Ideal – passam neste momento em frente ao Posto 6, marco zero da Parada, e seguem até o Posto 2.

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