Klaus Wowereit, prefeito da cidade de Berlim, acaba de lançar sua autobiografia. O livro já está causando polêmica entre os alemães. Há quem critique o político gay assumido por publicar suas memórias aos 53 anos de idade, chamando-o de arrogante, precipitado e vaidoso.
O título da biografia é curioso "…e está bem assim – Minha vida na política" e faz alusão a um discurso que proferiu quando estava em campanha, onde assumiu publicamente sua homossexualidade com a frase "Sou gay. E está bem assim". O livro não trata de política e sim sobre histórias da vida do governante. Há relatos sobre sua infância, tempos de escola, o ingresso na vida pública e o encontro do amor e da felicidade. A política aparece apenas num papel secundário.
Gero Neugebauer, professor de Ciências Políticas da Universidade Livre de Berlim vê neste lançamento uma intenção futura de concorrer a Chancelaria do país. "Wowereit quer assumir um papel maior na política nacional". Para o cientista "Wowi", como o prefeito é carinhosamente chamado, estaria de olho apenas no marketing eleitoral. "Através deste livro ele ocupa a mídia, e as pessoas voltam a falar dele."
Sexualidade não é empecilho
Especialistas de política alemã questionam se Wowereit estaria apto a ocupar o alto posto de chefe de governo e se possui qualidades necessárias para passar ao nível federal. Aparentemente sua sexualidade não entra no mérito da discussão.
Manchetes de jornal empregam a expressão "governador gay" e os alemães não se importam muito. Uma pesquisa recente apontou que 79% deles não consideram homossexualidade um empecilho no caminho da Chancelaria Federal.
"Acho que a população está mais adiantada neste assunto do que pensam os políticos", declarou Klaus Jetz, diretor da Federação de Gays e Lésbicas da Alemanha (LSVD). "A sexualidade do ou da premiê não influencia a sua política", completou.
Apenas na economia, dizem as más línguas, que Wowereit não tem sido muito bom. O Partido Liberal (FDP) enviou recentemente ao prefeito um livro de nome "Idéias de Klaus Wowereit para maior crescimento econômico e de empregos em Berlim". Todas as páginas estavam em branco.
Em fevereiro deste ano, Klaus recebeu da revista gay “Siegessaeule (Coluna da Vitória)” o prêmio “Elsa” de “o prefeito mais gay do mundo”.