Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Pressionados, Dilma Rousseff e José Serra fogem de debate sobre casamento gay

Foi publicada ontem, quarta-feira (13), reportagem no site oficial da campanha de Dilma Rousseff (PT), onde era exaltada a aliança selada entre a candidata e setores da Igreja Evangélica. Porém, o que mais chocou parte da comunidade gay foram algumas declarações da petista em relação a temas ligados aos direitos LGBT.

Na matéria, Dilma revelou ter assumido compromisso de que não enviaria propostas legislativas ao Congresso consideradas polêmicas (aborto e direitos gays) aos cristãos. "O que nós decidimos é que eu não mandaria nenhuma legislação que causasse impacto na religião", disse.

Por fim, a candidata fez críticas ao PLC 122, que visa criminalizar a homofobia em todo o Brasil, ao dizer que a lei tem pontos "não aceitáveis". "No PL 122 há criminalização da homofobia, mas há também a criminalização das manifestações contra essa relação (gay) dentro das igrejas. Dentro das igrejas é problema das igrejas. Não posso dar direito a uns e tirar dos outros. A parte relativa a condenar o preconceito contra o homossexual nós todos temos que endossar. Agora a parte relativa a criminalizar as igrejas é um absurdo", finalizou Dilma.

À reportagem de A Capa, Julian Rodrigues, responsável pelo setorial nacional LGBT do PT, disse que a fala da candidata é baseada no texto antigo do PLC 122. "Os grupos evangélicos têm usado a versão antiga do texto para fazer terrorismo eleitoral contra a Dilma", argumenta Rodrigues, que afirma que o substitutivo do PLC 122 "não criminaliza religião nenhuma, não interfere na liberdade de ninguém".

Segundo Julian, há uma confusão em torno dos papéis do Executivo e do Legislativo. "O Executivo não propõe ações que alteram a Constituição, o papel dele é executar políticas públicas, e o Brasil Sem Homofobia cumpre esse papel e a Dilma já se comprometeu a dar continuidade ao programa", esclarece o ativista.

Para Julian, Dilma Rousseff "tem compromisso histórico com a comunidade de gays, mulheres e negros". Caso seja eleita, o ativista afirma que tanto o PT quanto Dilma Rousseff irão apoiar as questões relacionadas aos LGBT no Congresso Nacional. "É no Congresso onde será travada a verdadeira briga com os setores religiosos", finaliza.

“Quem decide é a igreja”
José Serra participou hoje de um evento com ONGs ligadas à questão do tratamento e prevenção ao HIV. Durante o encontro, jornalistas perguntaram ao candidato tucano a sua opinião a respeito da posição de Dilma em torno do casamento gay.

O candidato disse que Dilma Rousseff “tem lá os seus problemas”. A respeito do casamento religioso, Serra disse que o casamento gay quem decide é a igreja. “O casamento propriamente dito está ligado às igrejas. Agora, a união em torno dos direitos civis já existe (sic), inclusive na prática pelo Judiciário”, declarou.

A reportagem também procurou o responsável pelo Diversidade Tucana, Wagner Gui Tronolone, do setorial LGBT do PSDB. A respeito da união civil, Tronolone disse que Serra é favor e que “ao contrário da candidata do PT, ele não mudou de posição”. A respeito da criminalização da homofobia, argumentou que ser a favor da pauta não “significa ser a favor especificamente do PLC 122”. Para o ativista tucano, o “texto do projeto é controverso e a condução dele no Congresso Nacional foi mal feita”.

A respeito de uma posição institucional do PSDB em torno do PLC 122, diz Tronolone, “não há uma posição específica”. Porém, o ativista afirma que há “uma posicionamento [do PSDB] generalizado de que o combate a homofobia deve ser feito, porém de uma forma que tranquilize a sociedade e de uma maneira que as liberdades institucionais de outros segmentos não sejam afetadas”.

Por fim, o representante do setorial LGBT do PSDB encerra dizendo que "esse é o histórico do Serra, o homem público com mais ações pela cidadania dos LGBTs no Brasil, sem nunca confrontar a nossa população com outros segmentos da sociedade".

Sair da versão mobile