O militante, produtor e ex-porn star Buck Angel é o homem que divulgou a comunidade de homens trans no pornô mundial – inclusive em produções gays. Careca, musculoso e tatuado, o norte-americano nos mostrou que existem homens com vagina e que, sim, eles são muito atraentes.
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Recentemente, o apresentador Jô Soares e um entrevistado o tornaram piada durante o programa na Globo, tratando-o como bizarro (entenda). Agora, Angel se prepara para vir ao Brasil durante 1ª Conferência Internacional (SSex BBox), e diz pretender ser entrevistado por Jô para o educar.
"Foi horrível, mas o engraçado é que isso acontece o tempo todo comigo. É assim que as pessoas reagem àquilo que não entendem: riem daquilo. Mas, quando estão falando de mim, colocando minha foto para outros verem, sinto que estou educando. Quero ir ao programa quando estiver ao Brasil para discutir com eles e mudar suas opiniões sobre isso. Garanto que pedirão desculpas para mim", declarou em entrevista à Carta Capital.
(Obs: Vale ressaltar que homens trans são homens como qualquer outro cis (aquele que não é trans), uma vez que o genital de nascimento não define necessariamente o gênero com o qual a pessoa se identifica).
O militante afirma que na visita de uma semana quer aproveitar para ajudar dar visibilidade ao tema no Brasil, uma vez que o país é o primeiro no ranking que mais mata trans em todo o mundo.
"Quero falar sobre como as pessoas podem se mobilizar para chegar até o governo e mudar isso. Esse tema tem de ser levado de maneira séria. Acho que nos próximos anos a comunidade de homens trans no Brasil ganhará grande visibilidade. Mas, antes, quem tem o principal papel para mudar isso é o governo. Seu governo tem de se envolver e entender o significado de direitos humanos".
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Buck diz ainda que o fato de ser um homem trans – e de ter vivido durante um tempo no papel feminino – o fez se tornar um homem mais empoderado e consciente de quem é. Muito mais que muitos homens cis (aqueles que não são trans). "Acredito que minha identidade não é apenas minha vagina, e sinto que muitos dos homens com pênis têm identidade atrelada a ele, porque é como os homens. Um pênis é muito poderoso para o homem (cis), mas para mim é a minha vagina que é poderosa. Ela não é toda a minha identidade, mas parte dela".
Na entrevista, ele também afirmou que pode vir a gravar uma produção adulta com um homem trans brasileiro e a namorada dele, uma mulher transexual. "Queria uns garotos brasileiros para os meus filmes".