Juventude LGBT e Aids
É verdade, o número de novos casos de HIV/AIDS no mundo caiu no último relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas. Porém, nossa preocupação está na quase metade dos casos registrados neste relatório (45%) serem de jovens com idade entre 15 e 24 anos.
Uma outra importante informação vem do Plano Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde, de que as novas infecções são observadas principalmente entre jovens homossexuais.
O próprio Plano cita que um dos principais motivos desse alto índice entre esses jovens se dá pela dificuldade em conseguir manter um diálogo aberto sobre sua sexualidade com amigos, parentes, colegas.
Desta maneira, esse jovem termina procurando parceiros aleatórios ou pessoas com quem se sentem um pouco mais seguros, facilitando assim a exposição ao vírus.
A luta pela prevenção do vírus e da exposição dessa juventude a ele precisa ser constante.
O próprio Movimento LGBT hoje vem pautando formas de chamar a juventude à importância dessa prevenção.
Um problema eminente que temos a resolver é desmistificar a cultura que criou-se entre jovens de que, com os avanços nos medicamentos para o controle e convivência com o vírus HIV, terminaram todas as preocupações necessárias a prevenção do seu contágio.
Esse pensamento, essa cultura, não pode mais avançar. É preciso evitar a morte de mais jovens e evitar que cada vez mais eles se contaminem por aí.
Algumas entidades LGBT já vêm desenvolvendo hoje junto a sua Juventude formas de ações para que essas informações e debates, tanto das sexualidades quanto da prevenção, cheguem nessa galera de uma forma bem próxima.
Tratando de Juventude e AIDS, é impossível esquecer de citar e bater palmas à Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/AIDS. Hoje eles já se reúnem em seu III Encontro Nacional e têm grande relevância em promover o debate entre a Juventude que já vive portando o vírus, com o objetivo de que estes sejam multiplicadores das ações e informações de prevenção ao HIV.
Outro ponto importante também de citar é a rearticulação da Juventude da ABGLT**, que vem acontecendo este ano em torno do seu III Congresso (previsto para 7 a 11 de Dezembro/2008, Belém-PA). Com isso, a Juventude LGBT faz nascer mais um importante instrumento de ação e atuação, que, sem dúvidas, deverá ter como pauta cuidar de um Plano de Prevenção à AIDS para sua Juventude.
Portanto, essa é a mensagem que precisa ficar hoje registrada no dia 01 de Dezembro – Dia Internacional da Luta Contra AIDS. A de tentar informar a nossa Juventude, em especial a LGBT, de que a AIDS está aí, que está viva, ainda não tem cura e cada vez mais está próxima de nós (jovens)!
* Vinícius Alves é coordenador de Juventude da ABC LGBT – Associação Beco das Cores – Salvador – Bahia; Membro do Núcleo Setorial LGBT do PT-BA e do Coletivo de Juventude do Fórum Baiano LGBT