Como noticiamos aqui na semana passada, Tifanny Abreu, de 32 anos, fez história como a primeira transexual brasileira a ser aceita em uma liga de vôlei profissional. Entretanto, a atuação de Tifanny, que defende o Golem Software Palmi, da segunda divisão italiana, tem causado polêmica e ela está sendo acusada de “desequilibrar” a competição. A jogadora, que fez a cirurgia de remoção de sexo em 2014, mas até o início de 2017 atuava em clubes masculinos, até ser escalada para um clube de mulheres, disse, em sua defesa, que seu desempenho em quadra não é influenciado pelo fato de ter nascido homem. “Não se joga bem vôlei só porque se é uma trans. Conta sobretudo o talento, é preciso saber jogar. Minha essência é de mulher: eu mudei para mim, e o vôlei é meu trabalho”, disse, rebatendo a piada transfóbica de Emanuele Catania, diretor do Millenium Brescia, próximo adversário do time da brasileira, que declarou, em tom de ironia, que iria ao Brasil “pegar três trans” para seu time. Felizmente, a atleta conta com o apoio de Giovanni Malagò, presidente do Comitê Olímpico Italiano. Para ele, o dirigente do Brescia deve pedir desculpas à Tifanny. “Se os elementos foram verificados, acredito que não apenas não se deve falar no assunto, mas é preciso pedir desculpas à atleta”.