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Primeiro gay do “Troca de Família” conta experiência de participar do programa

O programa Troca de Família, exibido às terças e quintas a partir das 23h15 pela Record, busca famílias de perfis totalmente diferentes para se unirem através de um único laço, o da esposa/mãe. No programa, duas famílias são escolhidas, e é a mãe que deve mudar de lar, se adaptar aos novos ‘filhos’ e ‘marido’.

O programa é mais um no meio de tantos outros realitys shows que existem por aí. A diferença é que, mesmo com a dose de sensacionalismo – fator comum nesses programas -, o Troca de Família mostra um lado interessante: o de conviver e respeitar as diferenças. Muitas vezes, tal objetivo é conquistado, em outras nem tanto. Na verdade, o desejo de se adaptar ao novo lar e a nova família é impulsionado pelo prêmio de R$ 25 mil, que é a quantia que cada família ganha no final da troca.

Rodolfo Faraoni, filho de Sheila, é o primeiro gay assumido a participar do programa. Sua mãe, ultraurbana, foi escalada para viver por uma semana em um sítio, onde mora a família de Beth, que se considera conservadora.

Ao site A Capa, Rodolfo conta como foi esta experiência de ser o primeiro gay assumido a participar do programa, e afirma que o convite à sua mãe para participar do reality não foi pelo fato de ele ser gay, mas sim por sua família ser unida. Para ele, se não fosse esse o critério de escolha, a produção poderia ter selecionado "qualquer outra família que tivesse um gay bonito, alto, de olhos claros, e bombadinho".

Leia abaixo a entrevista na íntegra.

No comentário que fez no site [A Capa], você comentou que vem sofrendo críticas por ter participado do programa Troca de Família. Continua recebendo?
Sim venho sofrendo algumas críticas, positivas e negativas, mas minguem agrada a todos. O que mais me deixa assustado é o próprio público gay me julgar e usar termos corriqueiros do tipo: "mais uma bichinha poc-poc" ou "nossa mais uma bichinha".

Esperava essa reação?
Juro que esperei críticas de pessoas sem nenhum tipo de contato com o publico gay, ou de religiosos, que no caso se sentiriam ofendidos pelo simples fato de o programa ser exibido em uma emissora cuja direção é religiosa. Alguns religiosos me criticaram com frases bizarra como "estão prostituindo jesus", mas nenhum desses comentários me afetou pessoalmente, pois acredito que um dia tudo isso passará e nossa sociedade conseguira lidar melhor com essa situação. Afinal, esse é o primeiro Troca de Família com o tema gay no Brasil, a primeira família a se expor, a mostrar como é possível viver unido e com muito amor, independente da sexualidade.

Como a produção chegou até sua família? Você se inscreveu?
Um produtor entrou em contato, eles fazem um laboratório de famílias. É impossível se inscrever, eles procuram famílias que tenham um perfil adequado ao programa.

Você tem 19 anos, é assumido e sua família te aceita. Foi sempre assim desde quando você saiu do armário? Com quantos anos se assumiu?
Eu beijei o primeiro cara aos 16 anos, era meu melhor amigo. Quando cheguei em casa e contei pra minha mãe que tinha beijado um garoto, ela perguntou se eu tinha gostado e eu afirmei que sim. Então ela me deu total apoio e liberdade pra decidir como ia construir minha vida. Me assumi logo no primeiro contato!

Como seus amigos e familiares, encaram sua participação no programa?
Vivíamos nossa rotina normal! Sem encanações!

Por ser uma emissora onde há uma direção religiosa, você acha que a Record contribui ao exibir gays e lésbicas?
Sim. Acho que a Record vem sendo uma emissora ousada e completamente moderna. Vem acertando em seus programas, tem uma visão de futuro o que não é muito visto na mídia hoje em dia.

Acha que sua família foi aceita para participar do programa só porque você é gay?

Não, minha família foi aceita por ser unida. Senão seria qualquer outra família que tivesse um gay bonito, alto, de olhos claros e bombadinho.

Você participaria de outro reality show?
Depende da mensagem que esse reality show passaria.

Você estuda, trabalha? Costuma sair muito de balada?
Estudo teatro, gosto muito de ler. Acho que para aprender não existem limites. Não trabalho por enquanto, não saio muito de balada. Gosto muito de viajar, mas quando saio de balada gosto de baladas alternativas que toquem rock, trash music, coisas do tipo…

Está namorando?
Não. Estou solteiro

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