No último dia 15 de dezembro de 2024, Sidnei Schroeder, de 52 anos, fez história ao se tornar o primeiro sacerdote gay da Igreja Episcopal Anglicana em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Brasil. Em uma declaração poderosa, Schroeder enfatizou que sua ordenação não representa apenas uma conquista para a comunidade LGBTQIA+, mas sim uma bandeira de esperança e inclusão para todas as minorias que enfrentam marginalização na sociedade. Segundo ele, sua vocação vai além de sua sexualidade; é uma missão de acolhimento e apoio a grupos como mulheres, crianças, idosos, indígenas e trabalhadores do sexo, refletindo o exemplo de Cristo que sempre esteve ao lado dos excluídos.
Schroeder, que também é guia de turismo internacional, decidiu buscar a Igreja Anglicana após se afastar da Igreja Católica, onde não se sentia acolhido. Ele relata que, durante seu tempo no catolicismo, percebeu uma hipocrisia entre seus colegas, muitos dos quais eram homossexuais mas se mantinham em silêncio sobre sua identidade. “Era como uma bolinha de Natal apagada”, compartilha, destacando a falta de autenticidade que sentia nesse ambiente.
A Igreja Anglicana, que chegou ao Brasil em 1890, tem se mostrado cada vez mais inclusiva, celebrando casamentos entre pessoas do mesmo sexo desde 2018 e adotando uma linguagem neutra em sua liturgia. O reverendo expressa preocupação com a repercussão de sua ordenação, mas acredita que isso pode abrir portas para um diálogo construtivo sobre aceitação e diversidade dentro da comunidade religiosa.
Ele explica que o anglicismo permite diferentes formas de viver o presbitério, sendo a abordagem livre a que ele escolheu, o que possibilita que ele concilie suas viagens de trabalho com suas responsabilidades como sacerdote. Além disso, a Igreja Anglicana apoia iniciativas como a Construindo Igualdades, uma casa de apoio para a população LGBT inaugurada em 2001 na região Sul do Brasil.
A mensagem de Sidnei Schroeder é clara: a inclusão e a aceitação são fundamentais não apenas para a comunidade LGBTQIA+, mas para todas as pessoas que enfrentam discriminação. Sua história é um testemunho de coragem e um chamado à ação para que mais vozes sejam ouvidas e respeitadas na sociedade, promovendo uma verdadeira cultura de acolhimento e amor ao próximo.
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