"Não tenho nada contra, tenho um monte de amigos viado (sic). Respeito… Respeito na moral. Cada um com suas opiniões. Agora, você lá e eu aqui, irmão (…) não vem entrar no meu espaço não (…)". Essas foram as palavras do ex-BBB, Felipe Cobra, ao vivo, durante o programa Big Brother Brasil 7, da rede Globo. A declaração foi considerada homofóbica peloEstruturação – Grupo LGBT de Brasília. Ontem, no entanto, o processo foi arquivado pelo Ministério Público Federal.
Em comunicado oficial à entidade, a Procuradora da República, Luciana Loureiro Oliveira, disse que "haverá conduta discriminatória se, juntamente com ou a partir da convicção ou opinião expressada, se seguirem atos de manifestação de desprezo, segregação, agressão, violência real ou psíquica" e que esse não seria o caso da fala do ex-BBB.
Milton Santos, presidente da instituição, lamenta a decisão da procuradora. “Ninguém é obrigado a gostar de homossexuais, mas o que denunciamos neste caso foi a propagação via TV de uma fala que tentava justificar a violência contra gays, o que contribui sim a uma cultura de homofobia. Ou será que, por exemplo, falar que não gosta de negros e que bateria em um que “invadisse seu espaço” não contribuiria para um ideário racista? Claro que sim”, afirma.
Na época, a entidade também fez campanha na comunidade LGBT para que votassem em massa para a saída do participante do programa. Cobra saiu da atração com 93% dos votos, um dos recordes de rejeição de toda a história do BBB no país.