A professora chilena Sandra Cecilia Pavez está processando o Estado e a Justiça de seu país após ser demitida pelo simples fato de ser lésbica.
Pavez, seu advogado Alfredo Morgado e Rolando Jimenez, presidente do grupo Movilh – Movimento pela Integração e Liberação Homossexual, compareceram à Corte Interamericana de Direitos Humanos na última quinta-feira (8), em Santiago. “Mais uma vez, pessoas que têm uma orientação sexual diferente estão sendo sistematicamente rejeitadas pela Justiça. O caso de Sandra demonstra o quanto as minorias sexuais não têm seus direitos garantidos pelo sistema judicial deste país, e a única opção que nos restou foi procurar assistência internacional”, disse Jimenez.
A professora lecionou em uma escola da cidade de San Bernardo durante 23 anos. Ela foi demitida em 2007, após admitir às autoridades da Igreja que era lésbica. O bispo Juan Ignacio Gonzalez Errazuriz, da diocese de San Bernardo, disse que Pavez precisava de ajuda psicológica.
Esta é a terceira vez que a professora luta por seus direitos na Justiça. Na primeira vez, ela procurou uma corte local e, na segunda, entrou com processo na Suprema Corte do Chile, mas ambas as tentativas foram em vão.
“Se não houver nenhuma garantia de meus direitos como cidadã neste país, então que tipo de cidadã eu sou? Uma cidadã de segunda ou terceira categoria? Talvez eu nem tenha uma categoria em meu país”, protestou a professora.