Após entrarem com pedido de indenização por danos morais na 7ª Vara Trabalhista de Campo Grande, as professoras Noyr Rondora Marques e Carmem Lúcia Geraldo "se vêem novamente injustiçadas", segundo informou o advogado de defesa do casal. Noyr teve o pedido negado por sentença do juiz Christian Gonçalves Mendonça Estadulho que deu razão à prefeitura, alegando que ambas tiveram comportamento inadequado na escola rural onde lecionavam e moravam em um alojamento coletivo.
As professoras foram protagonistas de um caso de grande repercussão nacional no ano passado. Em outubro de 2007, ambas foram demitidas da escola onde davam aula pela prefeitura da cidade, pelo fato de serem lésbicas, sob a alegação de comportamento indadequado. A história foi notícia no Fantástico e ganhou destaques nos grandes periódicos.
José Belga Assis Trad, o advogado do casal, afirmou ao site Corumbá On Line que vai recorrer da decisão, primeiro ao Tribunal Regional do Trabalho e, posteriormente, se necessário, ao Tribunal Superior do Trabalho. Para ele, a quebra de contrato com as professoras foi irregular, uma vez que não foi dado às professoras direito de defesa.
Noyr, que não era concursada, foi dispensada, e Carmem Lúcia, que era funcionária municipal, foi afastada das funções e hoje está aposentada. Carmem entrou com uma ação na justiça pedindo indenização por danos morais, que ainda está na fase inicial.
José Belga acredita na possibilidade de reverter a sentença do juiz. "Nós respeitamos a decisão do juiz, mas discordamos e vamos recorrer". Para o advogado o magistrado deu a sentença sem considerar os depoimentos e avaliar as provas apresentadas.
Durante o andamento da ação, a prefeitura de Campo Grande retirou do processo supostos bilhetes trocados pelas professoras em cadernos de alunos, que provariam o comportamento inadequado do casal. Para a defesa, este fato aponta que não havia consistência nas acusações.
O advogado informou que a dupla ficou chateada quando recebeu a notícia da sentença. Para José elas estão sofrendo um duplo preconceito. "Já foram injustiçadas pela prefeitura e agora estão sendo mais uma vez".