Em uma positiva ação aos recentes pronunciamentos de Papa Francisco, os apresentadores do programa católico Em Frente, transmitido pela TV Aparecida, criticaram o comportamento de um padre que pediu para que homossexuais não participem do momento da comunhão. Para os apresentadores, a igreja deve ter sensibilidade e responsabilidade pastoral. E jamais segregar.
No vídeo, que está sendo divulgado nas redes sociais, uma telespectadora pergunta ao padre Pedro Cunha: "Um padre da minha cidade disse na hora da comunhão que os homossexuais não devem recebê-la. Achei bastante esquisito. O que o senhor me diz?". Pedro nega-se a responder, dizendo que poderia se exaltar, e pede ajuda ao psicólogo e teólogo Rodolfo Ferraz.
Durante a resposta, o teólogo lembra dos atuais ensinamentos do Papa Francisco, que pediu para que a igreja abra as portas para os homossexuais, e frisa que é preciso uma renovação na maneira pastoral. Ele afirma que a igreja tem uma opinião sobre a prática homossexual, mas que é "um erro gravíssimo" querer utilizá-la para censurar ou segregar. "Se alguém perguntar o que a igreja pensa sobre a prática da vivência da homossexualidade, você pode responder. Mas se ninguém perguntar, você não deveria nem falar, porque é desnecessário".
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Rodolfo declara que é preciso respeitar a consciência dos fieis e jamais tirar alguém da comunhão. "Ofender a consciência das pessoas é um pegado grave. Se o homossexual sabe que a igreja tem restrições com a prática da homossexualidade, mas tem consciência e se sente tranquilo para entrar na fila da comunhão, ninguém pode censurá-lo, tirá-lo, criticá-lo. A consciência é um território que ninguém pisa, só Deus. Se ficarmos no critério de quem pode ou não, nenhum de nós podemos".
Após o discurso do teólogo, Pedro afirma: "O que me machuca é essa ideia que os padres têm o poder de decidir a vida das pessoas. Nós não temos esse poder. Não nos compete tirar alguém da ceia do senhor. Essas pessoas muitas vezes não tem a própria família, os amigos não são os melhores e vai buscar na igreja um amparo. E você retira isso dela? O senhor não sabe a condição de ninguém que está ali. Então, o senhor não tem direito e, mais, que ninguém nos ouça, é crime, neste caso, é crime civil".
Assista ao vídeo: