A página que fala sobre direitos humanos do programa de governo da presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, causou polêmica entre vários militantes LGBT. Tudo porque na página 20 ela utiliza a expressão "opção sexual" ao se referir à diversidade sexual. A expressão utilizada por organizações internacionais e politicamente correta é "orientação sexual".
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo desta quarta-feira (9), militantes alegam que o termo "opção" implica em disseminar a ideia de que existe a possibilidade de alguém escolher ser homossexual ou não. Ele é utilizado comumente por fundamentalistas religiosos e defensores da chamada "cura gay".
Diante do imbróglio, o Setor Nacional LGBT do Partido dos Trabalhadores emitiu uma nota dizendo que foi "surpreendido" pelo texto e alegou: "Há décadas o movimento LGBT internacional e nacional – e o próprio PT – tem usado o termo orientação sexual para destacar que no terreno da sexualidade não se fazem opções, como escolher entre cores de roupa ou itens de cardápio. A sexualidade é complexa".
Janaína Oliveira, a coordenadora do Setorial Nacional, afirmou que a equipe do partido responsável pelo programa deve corrigir o "opção sexual" por "orientação sexual". "Admitiram que foi um equívoco e que já fizeram a alteração", justificou
Vale lembrar que em 2011, quando Brasília vetou a distribuição do material educativo Escola Sem Homofobia, a presidenta Dilma disse: "Não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer a propaganda de opções sexuais". O kit continua vetado.
No novo programa, embora Dilma não apresenta novas propostas sobre a comunidade LGBT, ela diz: "Ainda no elenco de desafios institucionais, a luta pelos direitos humanos se mantém, sempre, como prioridade, até que não existam mais brasileiros tratados de forma vil ou degradante, ou discriminados por raça, cor, credo, sexo ou opção sexual".