A partir de setembro gays, HSH (homens que fazem sexo com homens) e travestis da Região Metropolitana de Recife poderão fazer seus testes anti-HIV utilizando-se da testagem rápida em locais alternativos, o que constitui uma inovação no cenário da prevenção das DST/Aids no Brasil.
Esse é o Programa "Quero Fazer" executado pela Pact Brasil, com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Desde o último dia 10, um trailer passa pelas ruas de Recife e da Região Metropolitana fazendo atividades de prevenção e oferecendo aconselhamento e teste rápido em locais freqüentados pelo público-alvo. A meta é realizar no primeiro ano do projeto 4,5 mil testes rápidos de HIV, com entrega do resultado em menos de 1 hora.
Além dessa unidade móvel, pela primeira vez no país uma ONG em parceria com um CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) oferecerá também o teste rápido em sua sede. Trata-se do Grupo Leões do Norte, que teve uma sala totalmente adaptada para esse serviço. Lá o teste também é rápido, com a vantagem para gays, HSH e travestis que preferem fazer o exame num espaço exclusivo entre seus pares.
O "Quero Fazer" não para por ai! Os espaços alternativos são importantes, pois abrem novas perspectivas para prevenção e cuidados em relação ao HIV/Aids, mas os serviços públicos de saúde também devem receber a população de gays, HSH e travestis e tratá-los sem estigma e discriminação. Pensando nisso, também está no ar uma nova experiência junto ao CTA de Cabo de Santo Agostinho, município onde se tem uma frequência gay muito grande na conhecida praia "Gaybu".
Neste CTA o trabalho está em transformar o espaço de saúde num espaço acolhedor para gays, HSH e travestis, contribuindo para que eles possam usufruir do serviço público de saúde sem nenhuma discriminação e preconceito.
A opção de dirigir esse Programa para essa população se baseia em dados epidemiológicos que mostram uma maior incidência de aids entre gays, travestis e homens que fazem sexo com homens (HSH) do que na população geral. São 11 vezes mais chances de se infectar. É importante destacar, contudo, que não há grupo de risco para o HIV/Aids, mas sim situações de vulnerabilidade, pois toda a população está suscetível à infecção.
A ideia é que as atividades desenvolvidas no projeto sirvam de ponte para maior acesso do público-alvo aos serviços públicos de saúde. Por esse motivo, as pessoas que acusarem resultado positivo serão encaminhadas para serviços especializados do Sistema Único de Saúde (SUS), para acompanhamento.
Esse é um Programa Piloto com duração de dois anos e futuramente espera-se que iniciativas semelhantes possam ser replicadas em outros locais no Brasil e na Africa lusófona.
Em breve o "Quero Fazer" será lançado também na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Você pode ter mais informações do Programa através do blog.
Ps: O Disponivel.com apóia esse Programa a partir da sua responsabilidade social e do seu compromisso com as boas práticas aplicadas a prevenção e diagnóstico do HIV/Aids.
* Especial para o site A Capa