No contexto atual de crescente repressão contra a comunidade LGBT na Geórgia, o presidente do Parlamento georgiano, Shalva Papuashvili, anunciou uma nova proposta legislativa que visa banir marchas LGBT e outros itens relacionados. Durante uma coletiva de imprensa, ele revelou que esta proposta será apresentada ao Comitê de Direitos Humanos do parlamento. Embora o conteúdo da proposta ainda não esteja disponível no site oficial do parlamento, a expectativa é que seja publicado em breve. Nos últimos anos, a posição do partido governante sobre questões de diversidade tem se tornado cada vez mais hostil, com uma série de medidas repressivas contra críticos, meios de comunicação independentes e a sociedade civil em geral.
Em 2024, o partido Georgian Dream aprovou um pacote legislativo homofóbico que proíbe a chamada ‘propaganda LGBT’, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e tratamentos médicos que afirmam o gênero. Os defensores do projeto justificam essa legislação com a alegação de proteger ‘valores familiares e menores’, um discurso que também foi utilizado contra opositores políticos durante o período eleitoral. Vale ressaltar que, até hoje, marchas LGBT nunca foram realizadas na Geórgia, devido à violência perpetrada por grupos de extrema direita e à inação do Estado.
Um episódio emblemático ocorreu em julho de 2021, quando uma tentativa de realizar uma marcha do orgulho em Tbilisi foi violentamente interrompida por uma ação organizada por grupos como o Alt-Info, que agrediram jornalistas e atacaram escritórios de ativistas. Naquela ocasião, o então primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, declarou que o evento era apoiado pela ‘oposição radical’, embora posteriormente tenha condenado a violência. Essa retórica anti-LGBT tem se intensificado nos últimos anos, com termos como ‘propaganda LGBT’ se tornando comuns no vocabulário dos líderes políticos.
A situação na Geórgia representa um desafio significativo para os direitos humanos e a liberdade de expressão, sendo um reflexo das tensões sociais e políticas que permeiam a região. A proposta de banir marchas LGBT, se aprovada, poderá agravar ainda mais a situação da comunidade LGBT, que já enfrenta discriminação e violência em diversas formas. O futuro das marchas e da luta pelos direitos LGBT na Geórgia permanece incerto, mas a resistência da comunidade e de seus aliados continua a ser uma força vital na busca por igualdade e respeito.
Que tal um namorado ou um encontro quente?