Em Budapeste, Hungria, milhares de manifestantes se uniram em um protesto único e criativo contra a repressão aos direitos LGBTQIA+ imposta pelo governo do primeiro-ministro Viktor Orbán. Vestidos com roupas cinzas, os participantes da manifestação, organizada pelo Partido do Cão de Duas Caudas (MKKP), transformaram as ruas da cidade em um mar de uniformidade, carregando cartazes satíricos que criticavam as políticas de censura e a recente aprovação de uma lei que proíbe a parada do Orgulho LGBTQIA+.
Com slogans como “A mesmice está na moda” e “Censura”, os manifestantes expressaram seu descontentamento de forma humorística, ressaltando a absurda tentativa do governo de silenciar a diversidade. A nova legislação não apenas proíbe a realização do Orgulho, mas também permite multas para organizadores e participantes, além do uso de reconhecimento facial para identificar infratores.
Mais de 10.000 pessoas participaram do evento, que não só defendeu os direitos da comunidade LGBTQIA+, mas também chamou a atenção para a crescente homogeneização cultural promovida pelo governo. “Essa é a diferença, claro. Não queremos que todos sejam iguais”, comentou um dos manifestantes, ressaltando a importância da individualidade e da expressão pessoal.
A manifestação ocorreu em um contexto de crescente repressão à comunidade LGBTQIA+ na Hungria, onde diversas leis têm sido adotadas desde 2010, restringindo direitos e promovendo um ambiente hostil para as minorias. Com uma emenda constitucional prestes a ser votada, que reforçaria a proibição da Marcha do Orgulho, o clima de tensão e resistência continua a aumentar. Apesar das dificuldades, os organizadores da Parada do Orgulho já anunciaram planos para realizar o evento em 28 de junho, prometendo uma mobilização forte, com a presença de diversos legisladores da União Europeia.
O protesto cinza em Budapeste não é apenas um símbolo de resistência, mas uma chamada à ação para a comunidade LGBTQIA+ e seus aliados em todo o mundo, demonstrando que, mesmo diante da opressão, a luta pela igualdade e pelos direitos humanos deve continuar.
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