No último dia 1º de abril de 2025, mais de 10.000 pessoas saíram às ruas de Budapeste, na Hungria, em protesto contra o recente veto à famosa Pride Parade, um evento anual que celebra a diversidade e os direitos da comunidade LGBTQIA+. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou a proibição da parada, marcada para ocorrer em 28 de junho, como parte de um conjunto de medidas repressivas voltadas para a restrição dos direitos LGBTQIA+. Durante uma entrevista, Luca Dudits, membro da organização Háttér Society, afirmou que a resposta da população demonstra um forte apoio à luta pelos direitos LGBTQIA+, destacando que ninguém esperava que o evento fosse banido deste ano.
A proibição da Pride Parade é justificada pelo governo como uma medida de proteção à juventude, baseada em um novo regulamento aprovado pelo Parlamento húngaro em 11 de março. A decisão foi recebida com indignação e protestos por parte de opositores, que, durante a votação, usaram fumaça colorida para manifestar sua insatisfação. Orbán, que já havia criticado a realização da Parade, considerou-a ‘um desperdício de tempo e dinheiro’, e as penalidades para quem descumprir a proibição podem chegar a 500 euros, utilizando ainda tecnologia de reconhecimento facial para identificar os infratores.
Essas ações são parte de uma tendência crescente de políticas anti-LGBTQIA+ em toda a Europa, sendo que a Hungria não é a única na mira de restrições. Em 2021, o governo de Orbán já havia aprovado uma lei que limitava o acesso de crianças a temas LGBTQIA+. Além disso, uma proposta de emenda constitucional que define a existência de apenas dois gêneros, masculino e feminino, foi anunciada recentemente.
Luca Dudits enfatiza que a marginalização de minorias, incluindo a comunidade LGBTQIA+, é uma estratégia recorrente do governo de Orbán, que também tem atacado grupos como migrantes e pessoas em situação de rua. Em meio a essa repressão, a oposição política na Hungria se intensifica, com figuras como Péter Magyar, do partido TISZA, ganhando destaque nas pesquisas eleitorais, desafiando a longa permanência de Orbán no poder.
O conflito entre o governo húngaro e a União Europeia também se intensifica, com tensões surgindo em torno de reformas do Estado de Direito e o uso de recursos financeiros como pressão. A resposta da UE às crescentes repressões na Hungria tem sido considerada tímida, enquanto os direitos da comunidade LGBTQIA+ continuam sob ataque. A situação atual destaca a importância da luta pela igualdade e pelos direitos civis da comunidade LGBTQIA+, não apenas na Hungria, mas em todo o continente europeu.