Em uma demonstração repleta de ironia e crítica, milhares de húngaros se reuniram em Budapeste para zombar das ações do primeiro-ministro Viktor Orban, que tenta proibir a marcha do Orgulho LGBTQ+ no país. Vestidos de cinza e portando faixas que satirizam a diversidade e as cores, os manifestantes se opuseram à recente legislação aprovada pelo Parlamento, dominado pelo partido nacionalista Fidesz de Orban, que argumenta que a Pride poderia ser prejudicial às crianças. A marcha do Orgulho estava programada para ocorrer no final de junho.
Os críticos veem essa proibição como parte de um ataque mais amplo às liberdades democráticas, especialmente com as eleições gerais se aproximando. A pressão sobre a comunidade LGBTQ+ aumenta, enquanto Orban enfrenta um adversário forte nas próximas eleições, segundo pesquisas recentes que mostram uma possível vantagem para a oposição.
Os protestos, organizados pelo Partido do Cachorro de Duas Caudas, um movimento satírico, trouxeram à tona slogans como “ser uniforme é legal” e “ouça seu coração, morte às cores”. Samuel Tar, um dos participantes, expressou seus sentimentos de forma extrema, afirmando que “eu os privaria do direito de se reunir, porque todos eles são criminosos”.
O Partido do Cachorro de Duas Caudas, que começou como um movimento marginal há quase duas décadas, ganhou notoriedade após um de seus líderes vencer uma eleição em um distrito de Budapeste, desafiando o domínio do Fidesz. Apesar de não ter representantes no Parlamento, o partido se posiciona como uma alternativa sensata em uma sociedade polarizada, embora ainda não esteja claro se conseguirá conquistar apoio suficiente para se estabelecer nas próximas eleições.
Esse evento não apenas destaca a luta da comunidade LGBTQ+ na Hungria, mas também sinaliza um descontentamento crescente com a retórica e as políticas do governo de Orban, que, sob o pretexto de defender os valores familiares, está sendo acusado de sufocar a diversidade e a expressão individual. A resposta popular a essas medidas indica uma resistência significativa contra a homofobia e a discriminação, refletindo um desejo de inclusão e aceitação em uma sociedade cada vez mais dividida.
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