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Psicóloga que diz “curar” gays compara homossexualidade ao nazismo

A psicóloga Rozângela Alves Justino, 50, foi entrevistada pela revista Veja desta semana, onde fala sobre sua "terapia" de "conversão" de gays.

Na entrevista, a psicóloga, que foi censurada publicamente na semana passada pelo Conselho Federal de Psicologia, defendeu veemente suas opiniões e, entre outras coisas, comparou o movimento LGBT ao nazismo.

"O ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. (…) Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar uma nova raça e eliminar pessoas. Por que hoje um ovo de tartaruga vale mais do que um embrião humano? Por que se fala tanto em leis para assassinar crianças dentro do ventre da mãe? Porque existe uma política de controle de população que tem por objetivo eliminar uma parte significativa da nação brasileira. Quanto mais práticas de liberação sexual, mais doenças sexualmente transmissíveis e mais gente morrendo. Essas políticas públicas todas acabam contribuindo para o extermínio da população. Essas pessoas que estão homossexuais estão ligadas a todo um poder nazista de controle mundial", falou Justino.

A psicóloga disse ainda que se sente perseguida e discriminada pelo CFP e, quando questionada se não seria cruel dizer que os homossexuais têm "alguma coisa errada", respondeu: "O que eu acho cruel é ser uma profissional que quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo discriminada. Há diversos abaixo-assinados de muitas pessoas que acham que eu preciso continuar a atender quem voluntariamente deseja deixar a atração pelo mesmo sexo."

Segundo Justino, a "homossexualidade é algo que pode passar", e para justificar sua opinião, citou os nomes da ex-ministra Marta Suplicy e do fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB) Luiz Mott. "Há um livro do autor Claudemiro Soares que mostra que muitas pessoas famosas acreditam que é possível mudar a sexualidade. Entre eles Marta Suplicy, Luiz Mott e até Michel Foucault, todos historicamente ligados à militância gay", falou.

ABGLT parabeniza jornalista
Em nota enviada à imprensa, Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), parabenizou a jornalista Juliana Linhares, de Veja, pela entrevista com a psicóloga, ressaltando, porém, que Justino "fere frontalmente os princípios da ciência, a Organização Mundial da Saúde e o código de ética de sua profissão, ao pretender mudar a orientação sexual dos homossexuais, com base em suas convicções religiosas".

Leia abaixo a nota na íntegra:

Parabéns à jornalista Juliana Linhares pela coerência das perguntas feitas na entrevista com Rozângela Justino (Revista Veja, 12/08-abaixo).

Infelizmente, não podemos parabenizar a entrevistada. A psicóloga fere frontalmente os princípios da ciência, a Organização Mundial da Saúde e o código de ética de sua profissão, ao pretender mudar a orientação sexual dos homossexuais, com base em suas convicções religiosas. Na mesma semana dessa entrevista, a Associação Norte-Americana de Psicologia (APA) declarou que "não há qualquer evidência que apoie a afirmação de alguns profissionais, de que a orientação sexual pode ser alterada por terapia". No exercício da profissão de psicólogo(a), há de ter respeito à cidadania das pessoas LGBT, e não o incentivo ao preconceito, à discriminação e ao estigma.

Nas palavras da juíza Emília Maria Velano, em sentença quanto à alegação de inconstitucionalidade feita por Justino sobre a Resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia: "O Conselho Federal de Psicologia tem a obrigação de reprimir esse comportamento, principalmente no que concerne ao tratamento de homossexuais em consultórios de psicologia, como se fossem doentes sujeitos a transtornos."
 
Toni Reis
Presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT

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