Era mais um dia de inverno em São Paulo e eu tinha acabado de pedir demissão. [Não devia ter jogado fora o emprego dos meus sonhos]. A verdade é que eu havia trabalhado como um camelo [Existe camela?] para arrecadar 900 reais.
Mãezinha, não faz essa cara, eu ia realizar outro sonho. Eu ia pra Pernambuco. Ia conhecer o Léo.
FLASHBACK: Não havia passado nem duas semanas daquela infeliz declaração:
-Mãezinha, eu sou gay e estou apaixonado por um menino.
Aliás, apesar do choque, foram meus pais quem me levaram até o aeroporto. E… não deveria contar, mas como esse é um dos motivos para eu me matar aos poucos, devo informá-los que o abraço da minha mãe foi o único que recebi em 7 dias de viagem. [Por que isso tinha que ter acontecido comigo?]
-Léo, posso te dar um abraço?
-Por acaso eu sou sua mãe?
FATO: Apesar dos atritos, são os pais quem sempre nos acolhem depois de um pé na bunda.
-Léo, me dá um beijo?
-Não insiste, eu tenho namorado. [Ah, é? Por que não me disse antes? Por que me fez vir até aqui?]
Voltei pra casa mais virgem do que nunca e agora não tinha mais o Léo.