O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma significativa queda em sua popularidade digital, que recuou 9% após suas declarações controversas no Fórum Econômico Mundial de Davos. Segundo um relatório da consultoria Ad Hoc, a imagem de Milei, que no início de 2025 tinha 61% de positividade nas redes sociais, despencou para 52% ao final de janeiro. Essa mudança é atribuída a um discurso que muitos consideraram homofóbico, gerando protestos e mobilizações, especialmente entre grupos LGBTIQ+ na Argentina.
As declarações de Milei, que atacaram o que ele chamou de ‘agenda woke’, foram amplamente criticadas. Durante seu discurso, ele fez referências à comunidade LGBT de maneira desdenhosa e provocativa, acusando-a de desvirtuar a identidade de gênero. O presidente afirmou: “Esses fóruns promovem a agenda LGBT, querendo nos impor que mulheres são homens e homens são mulheres, só se assim se identificarem”. Tais comentários geraram um forte repúdio nas redes sociais e provocaram uma mobilização contra Milei, que foi classificada pela mídia como a marcha contra o presidente.
O relatório também destacou que, embora o sentimento de rejeição às declarações de Milei tenha proporcionado à oposição um novo ângulo para criticar seu governo, a força das comunidades governistas permanece estável, ajudada pela repercussão internacional de sua agenda. Milei utilizou exemplos extremos para reforçar suas opiniões, mencionando casos de abusos cometidos por indivíduos que se identificam como parte da comunidade LGBT, o que ele considera uma distorção da identidade de gênero e uma ameaça à infância.
O discurso polêmico de Milei gerou uma onda de protestos e debates sobre a homofobia e a proteção dos direitos da comunidade LGBT na Argentina, reacendendo discussões sobre a tolerância e a aceitação em um país que, até pouco tempo, era considerado um dos mais progressistas da América Latina em termos de direitos LGBTIQ+.
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