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“Quem é bem resolvido não sofre por interpretar gays”, diz Cauã Reymond

Cauã Reymond, que se prepara para viver um gay no longa "Estamos Juntos", do diretor Toni Venturi, foi o personagem principal da coluna Mônica Bergamo, publicada no domingo (08/11) no jornal "Folha de  São Paulo".

Em entrevista ao repórter Diógenes Muniz, que acompanhou o ator no set de filmagem e num hotel na região da avenida Paulista, o galã falou que para construir Murilo, o seu personagem – um DJ e produtor gay, figura central do filme – , não houve homofobia.

Cauã conta que na The Week, em São Paulo, fazendo laboratório para viver o DJ, foi abordado por um homem, acompanhado do namorado. "Ele me disse: ‘Sou homossexual e trabalho no mercado financeiro. Retrata a gente legal, não vai faze uma bichinha quá quá, hein?’. O cara me deu a maior enquadrada!".

Para o longa o ator protagonizou uma cena sensual com o ator argentino Nazareno Casero – de quem ficou amigo. "Isso facilitou. Eu falava ‘vou te tocar’ e ele respondia : ‘Pode tocar, Cauá [imitando o sotaque portenho]’. Foi homofobia zero. Quem é muito bem resolvido sexualmente não sofre com isso. Quando a pessoa não está na dúvida é que fica com medo de despertar algum sentimento", afirmou.

A declaração de Cauã vem a público quase uma semana depois de o ator Rodrigo Santoro declarar que não teme ser estigmatizado por interpretar homossexuais. "Sei que acontece de atores recusarem um papel gay", disse Santoro durante debate da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, após a exibição do filme "I Love You Phillip Morris".

Cauã usa no dedo duas alianças. Uma simboliza o irmão de 21 anos, com quem morou junto nos últimos 3 anos. A outra representa seu relacionamento com a ex-BBB e atriz global Grazi Massafera. O ator diz que "raramente fala sobre a relação", mas permitiu-se confidenciar que Grazi trouxe "calma e mais religiosidade" à sua vida. Católico, Cauã acredita que a Igreja deveria "aprovar o uso de preservativos".

"É difícil falar contra, porque a Igreja Católica ainda tem uma força muito grande. Meu comercial foi tirado do ar pela associação das avós. Achei meio hipócrita", comenta o ator. O comercial em questão é uma peça da Havainas em que uma senhora idosa falava para a neta ficasse com Cauã, mas não para casar. "Estou falando de sexo", dizia a senhora.

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