Após uma intensa semana de atividades na Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco concedeu uma entrevista a jornalistas durante o voo que o levou do Rio de volta a Roma nesse último domingo (28).
O Papa conversou por cerca de uma hora e meia e falou de maneira aberta sobre os homossexuais, algo nunca feito por um pontífice até então.
“Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu pra julgá-lo”, declarou.
Segundo o Papa Francisco, a Igreja não pode marginalizar ninguém por conta da sua orientação sexual .
“O catecismo da Igreja explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade”, afirmou o Papa.
Francisco respondeu ainda sobre a questão do “lobby gay” dentro do Vaticano, que surgiu na época da renúncia de Bento XVI.
"Vocês vêm muita coisa escrita sobre o ‘lobby gay’. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um cartão de identidade dizendo que é gay. Dizem que há alguns. Acho que, quando alguém se encontra com uma pessoa assim, devemos distinguir entre o fato de que uma pessoa é gay e de formar um lobby gay, porque nem todos os lobbies são bons. Isso é o que é ruim".
O Papa prosseguiu. “O problema não é ter essa tendência. Devemos ser como irmãos. O problema é o lobby dessas tendências de pessoas gananciosas, lobby político, mações e tantos outros lobbies. Esse é o principal problema”, disse.
No entanto, Papa Francisco diz que o Vaticano não vai mudar o seu discurso quanto a questão do casamento gay e do aborto.