Para as dykes menos antenadas aqui vai uma dica que vai deixar seu playlist ainda mais atraente: conheçam a banda The Butchies.
Um pouco depois que saíram do Team Dresch, uma das pioneiras bandas de lésbicas dos Estados Unidos, a guitarrista Kaia Wilson e a baterista Melissa York decidiram que o rock não poderia parar por ali. Elas queriam formar um novo grupo, mas para isso, precisavam de uma baixista. Não demorou muito, e logo encontraram Alison Martlew. A convidaram para uma jam session e adivinhem: o entrosamento foi completo! Nascia então a banda The Butchies.
O som delas pode se encaixar no gênero mais conhecido como “dyke-music” ou “queer-core”, mas é muito pouco dizer que é só isso. O Butchies tem uma pegada indie-rock-alternativa, até um pouco country em algumas faixas, no entanto, em nenhum momento deixa de ser punk. Conseguem ser melódicas e agressivas sem fazer muito esforço. Em suas letras falam de sexualidade, política e até mesmo dos sentimentos mais íntimos, como amor, sexo, ciúmes, entre outros.
Em 1996, Kaia e sua ex-namorada Tammy Rae Carland criaram o selo Mr. Lady com o fim de divulgar e dar espaço à música e arte feita por feministas lésbicas. Desde então, lançaram o material de artistas como Electrelane, The Haggard, Tami Hart, Le Tigre, The Need, Amy Ray, The Sissies, V for Vendetta, entre muitos outros, e o próprio The Butchies, com os álbuns Are We Not Femme, de 1998, Population 1975, de 1999, Sex (I’m a lesbian), de 1999, Disco (live), de 2001, 3, de 2001 e Freaks and Athletes, de 2002.
Fora esses, pra completar a discografia, ainda lançaram: Whats it gonna be, em 1999 pela R&D Records, Stag, em 2001 pela Deamon Records, 17, em 2002 pela Kill Rock Stars Records e o Make Your Life, em 2004 pela Yep Roc Records.
Não precisa de muitos clicks na internet para perceber que o grupo The Butchies, tornou-se em pouco tempo uma febre entre as meninas, principalmente lésbicas, em todo o mundo. Muitas de suas fãs estão na fase da descoberta da sexualidade e escrevem cartas não somente elogiando a banda, mas também para contar suas experiências no campo sexual.
Em entrevista para um site de música americano, Kaia comenta: “Nós recebemos muitas cartas de amor. Às vezes com mensagens pedindo conselhos para conquistar a melhor amiga ou desabafos de pessoas que querem se abrir com os pais”. Melissa completa: “Tem muita garota por aí que gostaria de assumir para os pais, mas não sabe a hora. Aí eu digo que elas vão saber quando chegar a hora. Eu era do Team Dresch, uma banda lésbica assumida, e não tinha assumido para minha mãe. Eu me sentia hipócrita, mas tinha minhas razões”.
Quanto a sua própria sexualidade, Kaia não faz rodeios: diz pra quem quer e não quer ouvir que gosta mesmo é de mulheres, segundo ela, desde criança: “Se eu tivesse a chance eu acho que seria uma criancinha lésbica. Só que as pessoas não têm essa escolha. Só é dado o direito de ser uma criancinha heterossexual”.
Além do Butchies, Kaia tocou no Team Dreasch (junto à Melissa), no Adickdid e também lançou carreira solo. Já Melissa tocou nas bandas Vitapup e no Born Against. Infelizmente, em 2005, a banda anunciou “hiatus”. Mesmo assim, você pode achar mais informações no site oficial (www.thebutchies.com).
Não perca mais tempo! Confira o último clipe da banda aqui