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Queridinha da extrema direita, ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel nega insulto homofóbico

Foto: reprodução

A ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel, 48, nega ter feito um insulto homofóbico ao assessor de imprensa Alexandre Alvim, que registrou um boletim de ocorrência contra ela no último domingo (23), que apresentou capturas de tela de celular mostrando que a ex-atleta o xingou de “bicha” via mensagem privada.

Segundo Alvim, isso aconteceu, de início, após ele criticar, também por mensagem direta no Instagram, um tweet em que Henkel – hoje uma influenciadora digital da extrema direita e moradora dos Estados Unidos – contesta a legitimidade da onda de protestos contra o racismo no país presidido por Donald Trump, um ídolo para a ex-atleta.

No tweet, Henkel compartilhou um vídeo em que uma mulher negra critica as manifestações, e escreveu na postagem: “12% negros, 62% dos roubos, 56% dos assassinatos. Faça as contas”.

Na mensagem, segundo reporta o F5, da Folha de S.Paulo, Alvim diz ter citado que é uma ironia a geração da ex-atleta “sempre perder e ter apanhado fora da quadra para uma seleção preta [de Cuba]” e “que na posição dela, tínhamos as duas maiores centrais da história, pretas e icônicas do vôlei: Regla Torres e Magaly Carvajal”.

Alvim se referiu a um incidente durante a Olimpíada de Atlanta, em 1996, em cuja semifinal de vôlei feminino a seleção brasileira perdeu para a cubana – e Henkel afirma ter sido agredida fisicamente nos vestiários.

O assessor a acusou de fazer uma comparação racista e com números distorcidos.

De acordo com Alvim, ela apagou a mensagem que ele mandou e, 18 dias depois, quando ele compartilhou no Instagram que estava ouvindo “Black Parade”, música que Beyoncé fez para demonstrar apoio às manifestações contra o racismo.

“A bicha se acha linda. Você é muito brega. Puta que pariu! Hahahahaha se olha no espelho. Você é muito brega bicha”, escreveu a ex-jogadora.

Após Alvim ter feito o boletim de ocorrência, Henkel disse em entrevista à rádio conservadora Jovem Pan que é, coitadinha dela, “atacada por ser conservadora”, “remar contra a corrente” e “às vezes trazer algumas verdades embasadas em fatos e documentos, e em estatísticas”.

Em sua fala, a ex-atleta se refere a ocasiões em que ela diz ter sido chamada de fascista e racista nas redes sociais, por causa de posicionamentos políticos que ela assume publicamente nas redes. “É mais um dia na minha vida”, disse.

O caso foi registrado como injúria na Delegacia Eletrônica e encaminhado à Delegacia de Atibaia, cidade do interior paulista em que a vítima mora.

“Acho que a comunidade LGBTQ+ já ficou calada muito tempo, chegou a hora de expor quando a gente é ofendido, por isso decidi fazer o B.O. e também por uma questão de proteção”, disse Alvim ao F5.

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