Aconteceu hoje (02/02), às 12h, na Secretaria de Participação e Parceria, a coletiva de imprensa onde a Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (CADS) apresentou oficialmente Franco Reinaudo como novo coordenador no lugar de Cássio de Rodrigo, que irá fazer trabalho semelhante na prefeitura de Santo André.
A reunião foi aberta com a fala de Cássio, que explicou ter recebido convite da gestão da cidade de Santo André, na prefeitura do Doutor Aidan Ravin (PTB), para integrar a Núcleo de Políticas de Gênero, Raça, Geração e Pessoas com Deficiência. "Farei um trabalho semelhante ao da CADS". Revelou ter orgulho do trabalho na Coordenadoria. "Começamos pequenos e crescemos", declarou, afirmando estar feliz por ir a Santo André, pois lá poderá continuar o trabalho no combate a homofobia. "Estaremos próximos dos grupos skins que são do ABC". Por fim, agradeceu o apoio recebido nos quatro anos da prefeitura Serra/Kassab (PSDB-DEM respectivamente).
Já como coordenador da CADS, Franco Reinaudo disse que "atualmente vivemos um momento muito importante". "Nas últimas eleições municipais quase todos os partidos tiveram candidatos LGBT. Temos tudo para avançar", sinalizou.
Assim como já havia dito em entrevista exclusiva ao site A Capa na última sexta-feira, Franco voltou a dizer que irão "reforçar as parcerias" e "fortalecer o Conselho Municipal LGBT". Seu primeiro ato oficial frente à CADS será participar da reunião do conselho na tarde da próxima quarta-feira (04/02). Disse também que deseja fazer um trabalho semelhante ao feito por Beto de Jesus quando era presidente da Parada Gay de São Paulo. "O Beto conseguiu unir a militância com a iniciativa privada, quero fazer o mesmo. Aproveitar da mesma sinergia".
Em seguida, Irina Bacci, recém-empossada coordenadora do Centro de Referência da Diversidade (CRD), deu as boas vindas a Franco e falou da importância do trabalho da CRD e da CADS. "As marcas da discriminação nessa população (LGBT) é algo mais forte do que a de outros segmentos vulneráveis. É algo que deixa marcas na alma". Também cobrou da mídia uma cobertura mais aprofundada das ações da CADS, "As ações vão além da Parada e a mídia precisa noticiar isso", finalizou Irina Bacci.
Após a oficialização de Franco como novo representante da CADS, foi aberto espaço para perguntas. A reportagem do A Capa indagou se a equipe atual do órgão se manterá. "A equipe continuará a mesma", afirmaram Cássio e Franco. Em seguida, questionou-se a descentralização das ações da CADS para as periferias. Franco Reinaudo disse reconhecer que a população LGBT das periferias sofre mais. "Nós temos o Diversidade nas Praças e esse ano iremos levar a capacitação com foco nas periferias, principalmente com os servidores públicos dessas regiões".
Como parte da capilarização das ações da CADS para a periferia, está prevista a contratação de mais 10 profissionais entre advogados e psicólogos, para atuarem no Centro de Referência de Combate a Homofobia. O convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, firmado no final do ano passado, permite que o CR seja ampliado. A medida, no entanto, ainda não tem data para sair do papel, pois a prefeitura espera repasse de verba do Governo Federal. "Vamos tentar agilizar para o mais rápido possível", afirmou Franco.
Foi questionado de que maneira a CADS irá pressionar o executivo para aprovar o projeto de lei anti-homofobia no município de São Paulo, vetado em 2007 na íntegra pelo Prefeito Kassab. "Iremos pressionar para que seja aprovado", disse Reinaudo. Quem também falou a respeito foi Cássio Rodrigo, "a câmara municipal é muito conservadora".
A respeito do atual governo ter maioria na Câmara, o ex-coordenador da CADS fez uma comparação com o governo Lula. "O governo federal também tem maioria no senado e não consegue aprovar a PLC 122. Nem sempre ter maioria na casa garante a aprovação de projetos polêmicos, ainda mais quando o assunto é a diversidade". O último assunto a ser tratado foi a Parada Gay de São Paulo.
Cássio revelou que aprovaram uma emenda que garante R$ 350 mil à Parada. "Essa emenda não é orçamentária, portanto, não sofre corte", ressaltou.