Os números do turismo gay brasileiro não são mesmo de decepcionar. Prova mais concreta disso é o Rainbow Fest. Em sua nona edição, a semana gay de Juiz de Fora deve receber aproximadamente 10 mil turistas. Antes mesmo do fim de semana, a taxa de ocupação dos hotéis já é 80% e deve bater o 100% com a chegada do fim de semana. Segundo cálculos da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e da ONG MGM (Movimento Gay de Minas), organizadora do evento, com a movimentação na cidade, a expectativa do setor é que o evento movimente uma quantia entorno de R$ 4 milhões – valor duas vezes maior do que no ano anterior. No ano passado, cerca de 6.500 pessoas vieram a Juiz de Fora para o evento e consumiram cerca de R$ 2 milhões. Ainda segundo o estudo feito entre o MGM e UFJF, enquanto um turismo gasta, em média, R$ 60 por dia de estadia, os gays chegam a desembolsar R$ 180 por dia. O interesse pelo pink money é tanto que o presidente do Sindicato do Comércio queria estender o horário de funcionamento das lojas no sábado e, consequentemente, abocanhar um pedaço dessa fatia. No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio não concordaram com a proposta. “Sei que é um público que tem bom poder aquisitivo e que pode fazer diferença nas lojas. De qualquer jeito, haverá um ganho indireto, porque o dinheiro gasto em hotéis, táxis, restaurantes e bares ficará e circulará em Juiz de Fora”, avalia Oddone Turulla, presidente do Sindicato do Comércio. A gerente executiva do Juiz de Fora Convention e Visitors Bureau, Simone Lima, confirma que Juiz de Fora tem potencial para o turismo GLS. “O comércio local tem investido gradualmente nesse público, ainda que de forma lenta”, afirma. Tanto é que, durante o Rainbow Fest, o Sindicato do Comércio Varejista (Sindicomércio) realiza uma semana de liquidações nos estabelecimentos conveniados.