Um imenso outdoor colocado na fachada da catedral Duomo, em Milão, tem causado protestos na capital mundial da moda. A cantora Madonna aparece discretíssima numa jaqueta branca, fechada até em cima, num anúncio da grife sueca H&M (Hennes & Maritiz), e mesmo assim os mais conservadores acham um absurdo e “diabólico” tal imagem associada à igreja. Os protestos surgem em uníssono aos pedidos do Vaticano de boicote aos shows da pop star no país. A igreja anda revoltada com a “crucificação” de Madonna em sua nova turnê. No entanto, foi inócua a tentativa de boicote do Vaticano. No último domingo, 6/8, mais de 70 mil pessoas foram ao estádio olímpico para assistir à crucificação de Madonna ao som de “Live to Tell”. Coincidência ou não, o estádio fica a poucos quilômetros do Vaticano. Abusada como ela só, Madonna ainda exibiu imagens do Papa Bento XVI e do ditador italiano Mussolini no telão. Para aumentar a polêmica, Madonna ainda brincou com a igreja católica: “É verdade que milagres acontecem. Aqui em Roma aconteceram dois: a Itália ganhou a Copa do Mundo e a chuva parou antes do meu show”, alfinetou. Para melhorar a confusão toda, Madonna foi recentemente vista em público com uma camiseta para lá de provocativa. Nos dizeres: “In Madonna We trust”, em bom português “Na Madonna nós confiamos”. Um turista espanhol de 60 anos desferiu o comentário: “Ela é uma artista que faz coisas quase pornográficas. Não gosto disso sobre uma catedral”. De fato, não é a primeira vez que Madonna provoca a Igreja. O Vaticano declarou que o clipe de “Like a Prayer” era uma blasfêmia. No clipe, Madonna trazia à vida um santo negro e rolava com ele no chão de uma igreja. Apesar de tantos protestos, monsenhor Luigi Manganini, responsável pelo Duomo, disse que o anúncio, parte do programa de arrecadação de fundos para a restauração da igreja, é apropriado, sim, e permanece onde está. “É apenas um comercial, não uma canonização”, disse Manganini É. A turnê “Confessions Tour” não tem sido sucesso apenas nos palcos. Madonna ainda consegue tirar do sério a ala reacionária da sociedade.
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