O rapper Rico Dalasam e a MC Luana Hansen, que estão no mercado do rap "assumido", afirmaram em entrevista ao jornal Folha de São Paulo desta terça-feira (31) que enfrentam preconceito dentro da indústria musical e de colegas de trabalho.
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"Existe um novo significado do corajoso no rap: eu posso ser morto todo dia, porque sou negro, gay e da periferia – é só você olhar as estatísticas -, e eu coloco a minha cara lá fora", disse Rico.
MC Luana declarou que após se assumir lésbica muitas portas foram fechadas e que a própria carreira de mais de 10 anos foi deslegitimada. "Depois que passei a me assumir, várias pessoas passaram a fingir que eu não existia, diziam que eu tinha acabado de chegar".
Ela conta que o primeiro grupo que fez parte, o A-Tal, que era formado por três mulheres em 2005, pediu para que ela permanecesse no armário, quando ela estava disposta a revelar a homossexualidade. "Pediram: não se assume, que você vai queimar a gente".
Luana diz que em 2010, quando o grupo acabou, ela se aproximou de grupos feministas e percebeu a importância de ser referência. "Foi depois de conhecer as minas feministas que eu comecei a perceber a importância de eu ser negra, lésbica e assumida, porque o rap não abre espaço para a gente".
Rico afirmou que a maneira querer se assumir deu-se pela necessidade de falar de amores que ele vive. E que o desafio é construir um público formado por pessoas negras e gays, afinal "não é um show que cabe num line-up tradicional".
Confira as músicas abaixo: