in

“Redescobrindo ‘Badnam Basti’: Como o Primeiro Filme Queer da Índia Desafiou Normas Sociais em 1971”

**”Badnam Basti”: O Primeiro Filme Queer da Índia Redefinindo o Amor e a Sexualidade em 1971**

A história do cinema indiano, especialmente no que diz respeito à representação LGBTQ+, tem sido marcada por desafios e estigmas. Embora os personagens gays tenham existido nas telas indianas por muito tempo, muitos foram retratados de maneira caricatural. A verdadeira mudança começou apenas após a revogação das leis coloniais que baniram a homossexualidade em 2018, permitindo que os cineastas explorassem narrativas mais empáticas e realistas sobre a vida queer. No entanto, é surpreendente saber que o primeiro filme queer da Índia, “Badnam Basti”, foi lançado há mais de cinco décadas, em 1971, e traz uma visão inovadora sobre amor e sexualidade.

Dirigido por Prem Kapoor, “Badnam Basti” é uma musical melodrama que aborda um triângulo amoroso entre personagens masculinos e femininos, inspirado no polêmico romance de 1957 de Kamleshwar Prasad Saxena. A trama gira em torno de Sarnam Singh, um ex-bandido que se torna caminhoneiro na cidade de Mainpuri, no norte da Índia. Após salvar Bansuri, uma mulher em apuros, eles se apaixonam. No entanto, a história toma um rumo inesperado quando Sarnam é preso, e, após sua soltura, ele se encontra com Shivraj, um jovem atraente que acaba se tornando seu parceiro emocional e físico.

O filme não é explícito em suas representações, mas captura momentos de intimidade entre os homens de maneira sutil e poderosa. Uma cena marcante mostra Sarnam acariciando a cabeça de Shivraj enquanto ele dorme, revelando a profundidade de seu vínculo. A frase “Eu tenho sede de você” dita por Sarnam ressoa fortemente na comunidade queer, simbolizando a busca por amor e conexão que muitos sentem.

Após ser exibido em festivais europeus nos anos 70, “Badnam Basti” caiu no esquecimento, sendo redescoberto em 2019 por curadores que encontraram uma cópia original em um arquivo de filmes em Berlim. O estilo experimental do filme, que incluía técnicas visuais inovadoras e uma narrativa não linear, pode ter contribuído para seu desaparecimento nas telas. De acordo com Shai Heredia, um dos curadores, “o filme estava à frente de seu tempo” e seu conteúdo queer, embora sutil, é uma representação significativa da vida dos homens que fazem sexo com homens (MSM) na Índia.

Diferente de muitas narrativas queer que terminam em tragédia, “Badnam Basti” oferece um final que, embora controverso, evita a dor e o sofrimento típicos, apresentando um reencontro que, para alguns, é uma forma de felicidade. Desde sua restauração e digitalização em 2020, o filme tem sido exibido em festivais, incluindo uma exibição programada para o Barbican em Londres no dia 12 de dezembro.

“Badnam Basti” não é apenas uma obra cinematográfica; é um marco na representação queer na Índia, mostrando que a diversidade sexual sempre fez parte da narrativa humana. À medida que mais pessoas descobrem esse filme, a esperança é que sua mensagem e história se tornem mais acessíveis, permitindo que mais espectadores se conectem com essas experiências universais de amor e desejo.

**A redescoberta de “Badnam Basti” é um lembrete poderoso de que a arte e o cinema têm o potencial de desafiar normas sociais e abrir espaço para conversas sobre identidades LGBTQ+, especialmente em contextos onde tais discussões ainda são tabu.**

“Estudante da Cal Poly é vítima de ataque homofóbico: o que sabemos sobre o incidente e suas implicações para a segurança no campus”

“Ricky Martin: Como o Rei do Pop Latino Continua a Reinar na Música e Desafiar os Fãs com Suas Letras Icônicas”