in

Relatório mostra que 36% dos estudantes LGBT brasileiros já foram agredidos na escola

Uma das nuances da LGBTfobia é não proporcionar às lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros a chance de ter acesso à educação. Pelo menos não àqueles que são considerados afeminados e/ou com trejeitos que denotam sua orientação sexual contrária à norma heterossexual. Das piadinhas “clichês” que perpassam a fala e ferem esses corpos “indesejados”, a escola, por vezes, se torna um ambiente hostil às LGBTs. Um relatório de 2016 da Secretaria de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), mostrou que 36% dos estudantes autodeclarados LGBT no Brasil já foram agredidos na escola. O dado anterior diz respeito à violência física. Quando se trata de agressões verbais que tentam diminuir a sexualidade de um LGBT, 73% desses estudantes afirmam já terem sido agredidos verbalmente, enquanto 60% se sentem inseguros na escola por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Tão estarrecedor quanto esses dados, é o fato de que, em 39% dos casos, os agredidos não contaram com o apoio dos familiares ou esses se recusaram a ir até a escola para conversar com a direção e buscar formas de acabar com a intolerância contra seus filhos. No relatório escrito, os pesquisadores dizem que “os dados apontam para um cenário nada alentador”. “É um cenário caracterizado pela insegurança dos/das estudantes LGBT nas instituições educacionais, com alta incidência de agressão verbal, física e violência, sem o devido apoio ou medidas para contornas essas situações, e sem número adequado de profissionais de educação capacitados/as para dar conta dessas situações e revertê-las por meio de ações educativas”. Como consequência dessa insegurança, essas pessoas deixam de frequentar a sala de aula por medo da violência e da repressão dos alunos e, não raro, dos próprios professores. Nesse cenário, é mais difícil para travestis e transexuais conseguiram concluir a educação básica. Outra grave consequência desse quadro de preconceito e intolerância em um lugar onde, teoricamente, deveria ser ensinado o respeito e a tolerância, é causar depressão naqueles que são vitimados pela discriminação. Os estudantes que vivenciaram níveis mais elevados de agressão verbal têm 1,5 vezes mais probabilidade de relatar níveis elevados de depressão, 74% comparados com 44% que sofreram menos agressão. O estudo realizado pela Secretaria de Educação da ABGLT foi realizado com estudantes de 25 estados brasileiros (o Tocantins não participou) mais o Distrito Federal, e diz respeito a estudantes que frequentaram o ensino médio em 2015. Embora não tão atual, esse resultado ainda pode ser sentido pelos milhares de estudantes LGBT que frequentam as salas de aulas nas escolas públicas e privadas. FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS Paralelo a esse cenário preocupante, o silêncio ensurdecedor dos governos Federal e estaduais, chamam a atenção pelo descaso a essas pessoas. Não existe hoje no país um projeto de combate à LGBTfobia. Recentemente, o Ministério da Educação retirou os termos “orientação sexual” e “gênero” do documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que diziam que os alunos têm que respeitar (ou aprender a respeitar) a orientação sexual dos demais. A BNCC diz respeito das competências estabelecidas pelo MEC a ser ensinadas em sala de aula. Anteriormente, o órgão federal havia enviado à imprensa um documento onde constavam trechos com os termos, mas, após pressão da bancada evangélica, o governo resolveu suprimir os textos, negligenciando o preconceito diário sofrido por aqueles que sentem na pele o peso da discriminação. Tiago Minervino – Editor de conteúdo do A Capa

Pela primeira vez, série “Star Trek” exibe beijo entre dois homens; assista

Cerveja aumenta o desempenho sexual dos homens e retarda ejaculação precoce, mostra estudo