Em um movimento para estabilizar a gestão após uma série de demissões, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), nomeou Caio Benevides Pedra como o novo diretor de Políticas para População LGBT+. A nomeação foi oficializada através do Diário Oficial do Município em 2 de abril de 2024, quase um mês após a debandada de importantes membros da Secretaria de Assistência Social, que incluía a primeira mulher trans a dirigir a pasta, Gisella Lima.
A crise começou com a retirada da identidade visual do Centro de Referência LGBT+, que havia sido decorado com as cores do arco-íris e a frase “bem-vindes”. Esta ação resultou na exoneração de Gisella e na saída da secretária Rosilene Rocha e da subsecretária Glecenir Vaz Teixeira, após pressões de figuras políticas conservadoras.
O novo diretor, Caio Benevides Pedra, possui um histórico relevante em defesa dos direitos humanos e LGBT+. Antes de sua nomeação, Pedra era chefe da assessoria do Sistema Municipal de Direitos Humanos e presidente da Comissão do Observatório dos Direitos Humanos de Belo Horizonte. Com doutorado em andamento em Ciência Política, ele também tem experiência como coordenador de produção acadêmica na Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-MG e na coordenação do Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero da UFMG.
A prefeitura justificou a remoção da identidade visual anteriormente mencionada, argumentando que a administração municipal se pauta por não incorporar elementos visuais em órgãos públicos que possam ser considerados como promotores de uma agenda específica. Este episódio deixa clara a tensão entre os avanços nos direitos da comunidade LGBT+ e as resistências encontradas dentro da estrutura política tradicional.
