A senadora Fátima Cleide (PT-RO) revelou ao jornal O Estado de São Paulo em matéria de William Glauber, publicada neste sábado que, se o PLC 122/06 não for modificado, "o projeto de lei que torna crime a homofobia no país, será derrubado no Senado". A senadora ainda diz que "para evitar o arquivamento, vai apresentar um substitutivo até o fim de junho".
Sobre quais seriam as mudanças Fátima Cleide preferiu se usar da cautela e não revelar. "Se disser que vou retirar o padre e o bispo, vão querer retirar também os pontos que tratam da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) e outras penalidades. Aí acabou o projeto de novo".
À reportagem, Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), disse não considerar o novo texto um retrocesso, "pelo contrário, é um amadurecimento do movimento". Já o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse ao jornal que é contra o inciso que pune "ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica".
Para o pastor Crivella é preciso "preservar o livre exercício do culto religioso e garantir o direito dos homossexuais, não podemos tornar crimes as opiniões". O parlamentar fundamentalista garantiu que se ocorrer tais mudanças ele vota a favor do texto, o que boa parte da militância não acredita (grifo nosso).
Porém, a desembargadora aposentada Maria Berenice Dias discorda do senador Crivella. Para ela, eles "querem manter a prerrogativa de falar contra os homossexuais". Berenice diz ainda que há "manipulações para retardar a lei. Infelizmente, prefiro que o projeto seja rejeitado. Os parlamentares, assim, assumem posição contra essa população".