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Representante da Unaids diz ser contra homofobia em visita a Ong gay carioca

A Ong carioca Arco-Íris recebeu no último sábado (28/03) a visita do secretário adjunto da ONU e diretor executivo da Unaids – programa da ONU para a Aids -, Michel Sidibé, e também o diretor da Unaids/Brasil, Pedro Chequer. O motivo do encontro foi a discussão dos obstáculos e desafios no combate ao HIV entre a população LGBT, mais especificamente as políticas que têm sido adotadas no Estado do Rio.

A reunião – que começou por volta das 10h30 (meia hora antes do previsto) – aconteceu na sede da Ong, em Santa Tereza, e contou com forte esquema de segurança. A abertura ficou por conta da presidente do grupo Arco-Íris, Gilza Rodrigues, que agradeceu a presença de Sidibé e sua comitiva. "É necessário dialogar mais sobre a implementação e execução de ações de combate ao HIV/Aids na população LGBT. Entendo este encontro como um novo ponto de partida para discutirmos o enfrentamento da epidemia sob a perspectiva dos direitos humanos", disse a presidente.

Em seguida foi a vez de Sidibé falar sobre as políticas e estratégias de enfrentamento globais contra o HIV, principalmente entre a população LGBT. "Os diálogos com as organizações que lutam no combate da epidemia do HIV e as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade são fundamentais e deveriam ocorrer com mais freqüência".

No discurso, Sidibé mostrou-se contra a homofobia e lembrou a discriminação racial na África. "[…] O arco-íris é o símbolo da África do Sul, de onde eu vim, justamente porque Mandela lutava contra o estigma e defendia a pluralidade a fim de acabar com o apartheid. Quero levar a Unaids para um próximo nível, focando a população LGBT. Faço parte dessa campanha contra a homofobia não só no Brasil como no mundo inteiro", afirmou.

Representantes de diversas entidades ligadas ao movimento também marcaram presença, explicando ao secretário da ONU o que cada uma tem feito para conscientizar jovens e adultos quanto à prevenção. Foram apresentados cerca de dez projetos, sendo dois deles do próprio grupo Arco-Íris, financiados pela fundação holandesa Schoerer: "Entre garotos" – voltado para população gay jovem – e o "Laços e Acasos ", com foco nas mulheres.

Claudio Nascimento, diretor do grupo Arco-Íris, esteve presente e enfatizou o ineditismo do encontro. "É a primeira vez que uma alta-autoridade da ONU vai a um Grupo LGBT brasileiro, reconhecendo assim o papel do movimento como ator importante no enfrentamento do HIV/Aids."

Claudio destacou ainda a importância da militância na luta contra a Aids. "Temos trabalhado para que políticas públicas de saúde sejam permanentes, que combinem estas respostas a promoção dos direitos humanos e ao enfrentamento da homofobia no Brasil e no mundo", analisou.

O encontro teve a presença do diretor da Unaids-América Latina, Cesar Nunes e da deputada federal Cida Diogo (PT/RJ). A parlamentar pediu aos representantes da ONU que intercedessem junto ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pelo fortalecimento da Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, órgão chefiado por Nascimento e atuante na questão do combate à homofobia.

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