Em Mato Grosso, os casamentos entre pessoas da comunidade LGBTQIA+ representaram apenas 2% do total de uniões registradas em 2022, conforme aponta os dados das Estatísticas de Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A discrepância é evidente ao comparar os 360 casamentos homoafetivos com os 17.626 casamentos entre pessoas heterossexuais.
Dentro do contexto estadual, o ano registrou 236 casamentos entre homens, dos quais 112 ocorreram na capital, Cuiabá, e 97 entre mulheres, com 31 também na capital. Esses números estão em um cenário onde, no Brasil, casamentos homoafetivos compõem somente 1,1% do total, embora tenham crescido 19,8% em relação a 2021.
O casamento civil igualitário no Brasil foi garantido após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011, que equiparou legalmente essas uniões às heterossexuais. A efetivação prática desses direitos ocorreu dois anos depois, em maio de 2013, através de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que instruiu os cartórios a realizarem os casamentos civis para casais do mesmo sexo sem a necessidade de autorizações judiciais adicionais.
Em contraste, as uniões heterossexuais mantêm uma predominância significativa. Só em Mato Grosso, foram mais de dezessete mil casamentos registrados, com a maior parte ocorrendo entre indivíduos solteiros. A distribuição etária mostra que as mulheres tendem a casar-se entre 25 e 29 anos, enquanto os homens predominam na faixa de 30 a 34 anos.
Essa disparidade entre os números de casamentos homoafetivos e heterossexuais lança luz sobre os desafios que ainda persistem para a comunidade LGBTQIA+ em termos de aceitação social e igualdade de direitos. Embora o reconhecimento legal seja um avanço, a representatividade nas estatísticas mostra que o caminho para uma verdadeira inclusão ainda é longo.
