A folia do Carnaval em São Bernardo do Campo, São Paulo, ganhou um significado especial com a primeira edição do Bloco da Adega, realizada neste dia 3 de março de 2025. Com um público vibrante de cerca de 200 pessoas, o cortejo não só celebrou a alegria do Carnaval, mas também resgatou a memória da comunidade LGBTQIA+. O evento surgiu como uma resposta ao fechamento da Adega Paços do Vinho, um bar que serviu como ponto de encontro da comunidade desde os anos 2000, especialmente após festas e baladas.
O fechamento do bar em 2024, por questões administrativas, deixou um vazio significativo na vida social e cultural da comunidade, levantando questões sobre a continuidade da convivência em espaços seguros. O cortejo, que percorreu importantes ruas da cidade, como Ernesta Pelosini, Santa Filomena e Marechal Deodoro, foi uma maneira de reafirmar a presença e a história da comunidade LGBTQIA+ em São Bernardo.
Felipe Leonardo dos Santos, um dos organizadores do bloco e psicólogo, expressou a importância desses eventos como um ato de resistência cultural. Ele destacou que o Bloco da Adega não é apenas uma festa, mas um espaço de acolhimento, memória e afirmação da identidade LGBTQIA+. Com a pandemia e a violência enfrentadas pela comunidade, a celebração se transforma em um grito de liberdade e união, reforçando que a história da comunidade não será esquecida.
Diferente dos tradicionais carros de som, a organização optou por um triciclo sustentável, equipado com caixas de som e um monitor de karaokê, promovendo uma festa eco-friendly. A música também teve seu papel destacado, com um samba-enredo original, intitulado ‘Samba do Amor Ancestral’, que enaltece a luta e a celebração da vida e do amor.
Com um tom festivo e consciente, o Bloco da Adega reafirma a importância da visibilidade e do acolhimento, celebrando o direito de amar e ocupar os espaços públicos, fortalecendo a comunidade LGBTQIA+ em um momento tão significativo como o Carnaval.
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