No dia 15 de dezembro de 2024, o reverendo Sidnei Schroeder fez história ao se tornar o primeiro sacerdote gay da Igreja Episcopal Anglicana de Caxias do Sul, localizada na Serra Gaúcha, Brasil. Aos 52 anos, Sidnei destaca que sua ordenação não é apenas um marco de representatividade para a comunidade LGBTQIA+, mas uma luta por inclusão e acolhimento de todos os grupos marginalizados, incluindo mulheres, crianças, indígenas e trabalhadores do sexo. Ele afirma: “Vivo minha vocação não por ser gay, mas por direcioná-la para as minorias”.
Sidnei iniciou sua trajetória religiosa em 2009, quando decidiu se afastar da Igreja Católica, onde nunca se sentiu completamente aceito. “Era como uma bolinha de Natal apagada”, recorda. Ao entrar na Igreja Anglicana, encontrou um ambiente mais inclusivo, que lhe permitiu conciliar sua vocação religiosa com sua carreira como guia de turismo internacional.
A Igreja Anglicana no Brasil tem avançado na busca por inclusão e, desde 2018, celebra casamentos homossexuais e utiliza uma linguagem mais neutra em sua liturgia. Apesar dessas conquistas, o reverendo expressa preocupação com sua segurança, dada a possibilidade de reações adversas à sua ordenação. No entanto, ele vê isso como uma oportunidade de ressaltar o papel acolhedor da igreja.
Um exemplo desse acolhimento é a pastoral Anglicanos, criada após a legalização do casamento igualitário, que promove discussões sobre sexualidade sob uma perspectiva bíblica e humana. A Igreja Anglicana também apoia iniciativas como o projeto “Construindo Igualdades”, que é a primeira casa de apoio ao público LGBT da região Sul do Brasil.
A ordenação do reverendo Sidnei Schroeder é um marco significativo na luta por igualdade e inclusão nas tradições religiosas, reafirmando que a fé pode e deve ser um espaço seguro e acolhedor para todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
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